Manifestantes pró-independência participam de ato organizado pela Assembleia Nacional da Catalunha e por associações (Josep Lago/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 17h58.
Barcelona - Quase 1,9 milhão de pessoas votou a favor da independência na consulta simbólica organizada na Catalunha, segundo os resultados definitivos anunciados nesta segunda-feira pelo governo regional, após contabilizar os votos emitidos entre os dias 9 e 25 de novembro.
Um total de 2.344.828 pessoas participou da controversa votação sem valor legal que agravou as tensões entre o executivo regional catalão e o governo espanhol.
Este último vetou a consulta com um recurso no Tribunal Constitucional.
Embora a maioria dos participantes tenha votado na data marcada para a mobilização popular, dia 9 de novembro, outros 26.103 catalães manifestaram sua opinião até o dia 25 de novembro.
Os participantes responderam a duas perguntas: "Você quer que a Catalunha seja um Estado? Em caso afirmativo, você quer que este Estado seja independente?".
Dos votantes, 80,91% (1.897.274 pessoas) optaram pelo duplo sim, 10,02% (232.848) optaram pelo "Sim-Não", enquanto apenas 4,49% (105.245) optaram pelo "Não". Desse último grupo, a maioria dos partidários preferiu não participar da votação organizada apesar da suspensão pelo Tribunal Constitucional espanhol.
Os resultados, que já haviam sido provisoriamente anunciados na noite de 9 de novembro, foram comemorados com um "sucesso total" por Artur Mas, presidente do Governo Regional da Catalunha, que na última terça-feira apresentou um plano de independência até o final de 2016.
Para o chefe do governo espanhol, o conservador Mariano Rajoy, esses dados refletem o "fracasso" dos postulados independentistas, já que apenas uma em cada três pessoas dos 6,3 milhões de catalães compareceram às urnas.
"Se a ideia era apresentar uma Catalunha separatista, fracassaram", disse Rajoy no sábado, em sua primeira visita à Catalunha desde a realização da consulta.
Na visita, o líder conservador rejeitou qualquer negociação que "coloque em questão a unidade da Espanha". Enquanto isso, o Mas condiciona qualquer acordo ao reconhecimento do direito à autodeterminação da região com 7,5 milhões de habitantes.