Mundo

Qualquer acordo com Coreia do Norte será no impulso do momento, diz Trump

A principal questão a ser discutida na reunião é a exigência dos EUA para que a Coreia do Norte abandone o programa de armas nucleares

Trump: "Eu tenho um objetivo claro, mas tenho que dizer - será algo que será sempre no impulso do momento" (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: "Eu tenho um objetivo claro, mas tenho que dizer - será algo que será sempre no impulso do momento" (Kevin Lamarque/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 9 de junho de 2018 às 15h54.

Quebec - O presidente norte-americano Donald Trump disse neste sábado que qualquer acordo com o líder norte-coreano Kim Jong Un na reunião marcada para a semana que vem será "no impulso do momento", sublinhando o resultado incerto do que chamou de uma "missão de paz".

"Eu tenho um objetivo claro, mas tenho que dizer - será algo que será sempre no impulso do momento", disse Trump a jornalistas em uma entrevista coletiva na Cúpula do G7 em Quebec. "Você não sabe. Isso nunca foi feito nesse nível antes".

A principal questão a ser discutida na reunião do dia 12 de junho em Cingapura, para a qual Trump partiu antes do fim da reunião do G7, é a exigência dos EUA para que a Coreia do Norte abandone o programa de armas nucleares que agora ameaça os Estados Unidos.

Trump disse que provavelmente levaria tempo para chegar a um acordo com Kim sobre a desnuclearização, mas ele disse que acredita que, no mínimo, o encontro poderia produzir uma "relação" entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, que não possuem laços diplomáticos.

Em uma entrevista coletiva com o primeiro ministro japonês Shinzo Abe na quinta-feira, Trump disse que pode convidar Kim para uma visita a Washington. Pyongyang já rejeitou a desistência de seu arsenal unilateralmente e defende seus programas nuclear e de mísseis preventivos para o que vê como agressões dos norte-americanos.

Os Estados Unidos possuem 28,5 mil soldados na Coreia do Sul, um legado da Guerra da Coreia. Trump resiste à possibilidade de fechar um acordo para encerrar formalmente a Guerra da Coreia, que durou entre 1950 e 1953, e foi concluída com uma trégua, e não um tratado de paz.

No sábado, Trump disse que saberia em um minuto se algo bom sairia do encontro com Kim.

"Eu acho que no primeiro minuto eu vou saber. É minha intuição, como me sinto. Isso é o que eu faco", disse Trump. "E se eu achar que não vai acontecer - eu não vou desperdiçar meu tempo. Eu não quero desperdiçar o tempo dele".

Trump frequentemente se gaba de suas proezas de negociação como um desenvolvedor de empreendimentos imobiliários, e de sua habilidade para ler as pessoas, muito embora seus negócios tenham declarado falências múltiplas vezes.

O líder norte-americano estava, de maneira geral, otimista sobre o encontro com Kim.

Um raro voo direto de Pyongyang aterrissou em Cingapura no sábado antes da esperada chegada de Kim. O Airbus 330 da Air China no aeroporto de Changi levou a especulações de que uma equipe avançada de autoridades norte-coreanas lideradas por um assessor próximo de Kim, Kim Chang Son, estava em Cingapura para preparar a reunião.

Kim é esperado no aeroporto de Changi no domingo, segundo informou à Reuters uma fonte envolvida no planejamento da viagem na última sexta-feira.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteDonald TrumpKim Jong-un

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica