China: epidemia do coronavírus no país já dura quatro meses (Stringer/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 11 de março de 2020 às 08h35.
O chefe da agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta quarta (11) que a redução no consumo de energia devido ao novo coronavírus contribuiu para a melhoria da qualidade do ar na China, ilustrando o impacto da redução das emissões humanas.
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, mostrou imagens de satélite da qualidade do ar na China em 30 de janeiro deste ano, em comparação com o mesmo dia do ano anterior, durante uma apresentação na sede da ONU, em Nova York.
A epidemia do novo coronavírus, detectada em dezembro na China, levou o governo chinês a decretar o fechamento de fábricas e a diminuição da circulação de veículos, à medida em que milhões de pessoas permaneceram em casa para evitar a propagação da infeção Covid-19.
Também hoje, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, lembrou que o novo coronavírus deve ser temporário, enquanto as alterações climáticas vão manter-se por décadas, requerendo uma ação constante. Ele disse que não se deve superestimar a redução das emissões durante alguns meses.
De acordo com uma organização não governamental ambientalista, China e Índia concentram a maioria das cidades do mundo mais afetadas por micropartículas que causam mortes prematuras.
Os dois países somam quase 90% das 200 cidades do planeta onde se registram os níveis mais elevados de densidade das partículas PM2,5, as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões.
A maioria das sete milhões de mortes prematuras em todo o mundo, atribuídas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) à poluição do ar, é causada por partículas PM2,5, produzidas por tempestades de areia, incêndios florestais, atividade agrícola, indústria e combustíveis fósseis.
A densidade máxima das partículas 2,5 recomendada pela OMS é de 25 microgramas por metro cúbico de ar. Um estudo publicado em 2019 estimou que a poluição do ar pode ser duas vezes mais mortal do que o previsto anteriormente, com quase 800 mil mortes por ano na Europa ou 2,8 milhões na China. O total mundial passa dos 8,8 milhões.