Mundo

Qual é o dia das eleições nos Estados Unidos em 2024?

País vai às urnas para escolher entre Donald Trump e Kamala Harris para ocupar a Casa Branca a partir de 2025

Montagem com os candidatos Kamala Harris e Donald Trump (Arte Exame/AFP)

Montagem com os candidatos Kamala Harris e Donald Trump (Arte Exame/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 16h42.

Os Estados Unidos vão às urnas no dia 5 de novembro, para escolher seu novo presidente. A disputa se dá entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.

Cada um dos 50 estados organiza a votação de acordo com suas próprias regras. As urnas fecham em horários variados de acordo com o estado, a partir das 18h na hora local. A maioria deles encerrará a votação às 20h.

A apuração dos votos começará após o fechamento das urnas. A expectativa é que o resultado possa levar alguns dias para ser conhecido. Em 2020, por exemplo, levou demorou quatro dias.

A demora se dá por várias razões. Os Estados Unidos utilizam voto impresso, o que atrasa a contagem. Além disso, há voto pelo correio, e alguns estados aceitam votos que sejam postados até o dia da eleição, mesmo que eles cheguem nos dias seguintes.

Em caso de números muito apertados, regras locais podem determinar recontagens, o que atrasaria ainda mais o resultado.

Cada um dos 50 estados têm liberdade para fazer sua apuração por conta própria e depois apenas informar os resultados. Não há uma autoridade federal que centralize os números, como o TSE no Brasil. Assim, quem anuncia o resultado final é a imprensa americana, a partir dos dados divulgados pelas autoridades de cada estado.

No entanto, a votação para presidente é indireta. Os resultados das urnas vão moldar a formação do Colégio Eleitoral, que elege o presidente de fato.

Como funciona o Colégio Eleitoral dos EUA?

Esta é a parte mais complexa da eleição. O Colégio Eleitoral é formado por 538 delegados. Para ser eleito presidente, é preciso obter ao menos 270 votos deles.

A eleição presidencial americana é organizada pelos 50 estados. Cada governo local tem liberdade para organizar a votação como preferir e, ao final, apontar os delegados que votarão no Colégio Eleitoral.

Cada estado tem direito a um número diferente de delegados, com base em sua população em relação ao total do país. Assim, a Califórnia, estado mais populoso, tem 54 representantes. Nenhum estado tem menos de três delegados.

Em 48 estados, o vencedor leva tudo: o candidato presidencial mais votado conquista o direito a indicar todos os delegados daquele estado. A regra não vale apenas no Maine e em Nebraska, onde os delegados são divididos de outras formas. O Maine se divide em quatro distritos eleitorais, e a vitória em cada um deles dá direito a um delegado.

Esse modelo, porém, gera uma distorção: um candidato pode vencer na votação popular, mas não se eleger. Foi o caso de Donald Trump em 2016: Ele obteve 62,9 milhões de votos, menos do que os 65,8 milhões da rival Hillary Clinton, mas levou 306 delegados, ante 232 dela.

O modelo de Colégio Eleitoral dá mais peso aos estados menores na disputa nacional. Com isso, a atenção dos candidatos durante a campanha é maior sobre os locais onde há maior indecisão do que em áreas mais populosas que tendem a eleger sempre o mesmo partido.

Como é a certificação e a posse do presidente dos EUA

O Colégio Eleitoral não é um local, mas um processo. Assim, não há um encontro formal dos delegados: cada estado envia seus votos ao Congresso, que faz a leitura deles e certifica a vitória do novo presidente.

Esse ritual de certificação era visto como mera formalidade e atraia pouca atenção. No entanto, em 6 de janeiro de 2021, o evento foi interrompido por uma invasão ao Congresso americano. Apoiadores de Donald Trump, presidente que buscava a reeleição, tentaram impedir a confirmação da derrota dele. A sessão foi interrompida, houve confrontos entre a polícia e manifestantes e o dia terminou com cinco mortos. Apesar disso, a certificação da vitória de Joe Biden foi concluída de noite.

A posse será realizada em 20 de janeiro. O novo presidente faz um juramento em frente ao Congresso e depois costuma fazer um desfile pela avenida Pensilvânia, que liga a sede do Legislativo à Casa Branca, sede da Presidência, para marcar o início de um mandato de quatro anos.

Quem são os candidatos nos Estados Unidos?

A disputa deste ano é entre Kamala Harris e Donald Trump.

Trump, 78 anos, nasceu em Nova York e ficou bilionário com negócios no setor imobiliário e de mídia. Ele ficou famoso nos anos 1980 após construir e reformar grandes edifícios em Nova York. Na década de 2000, apresentou o programa "O Aprendiz", um concurso de empreendedores.

O bilionário entrou na política na década de 2010, após fazer críticas e espalhar teorias infundadas sobre o então presidente Barack Obama. Ele disputou a Presidência em 2016, contra Hillary Clinton, e venceu.

O republicano governou os EUA de 2017 a 2021. Ele perdeu a reeleição para Joe Biden em 2020, e agora disputa a terceira eleição presidencial seguida.

Kamala, 59 anos, nasceu em Oakland, Califórnia. Estudou direito e fez carreira na promotoria. Em 2003, foi eleita procuradora-geral de San Francisco e, em 2010, procuradora-geral da Califórnia.

Depois, migrou para a política e foi eleita senadora pela Califórnia em 2017. Em 2020, disputou as primárias para presidente e foi escolhida como vice na chapa de Joe Biden. Com a vitória democrata, Kamala se tornou a primeira mulher a ser vice-presidente dos EUA.

A democrata assumiu a candidatura presidencial em julho, após Biden desistir da reeleição. Se vencer, ela será a primeira mulher a presidir os Estados Unidos na história.

Acompanhe tudo sobre:Eleições americanasEleições EUA 2024Donald TrumpJoe Biden

Mais de Mundo

França fala que levará dias para contabilizar vítimas do ciclone Chido que atingiu as Ilhas Mayotte

Delegação do Catar chega à Síria para abrir embaixada "após sucesso da revolução"

Turistas no Fiji adoecem após suspeita de intoxicação por piña colada

Líder do partido governista sul-coreano renuncia após impeachment do presidente