Aspartame: O produto é um adoçante artificial extremamente popular (CFOTO/Future Publishing/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 14 de julho de 2023 às 12h58.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou na quinta-feira, 13,o adoçante artificial aspartame como um composto "possivelmente cancerígeno para seres humanos".
A substância foi categorizada no grupo conhecido como 2b, do qual também fazem parte o extrato de aloe vera, as radiações eletromagnéticas e o digoxina, um medicamento indicado no tratamento de insuficiência cardíaca.
O aspartame entrou no grupo porque a Iarc encontrou evidências limitadas de que ele causa câncer em humanos - mais especificamente o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. A agência também relatou que há evidências limitadas sobre esse elo em estudos com animais e em relação a possíveis mecanismos de ação.
O trabalho foi feito em parceria com o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os dois órgãos realizaram revisões independentes - mas complementares - da literatura científica. Enquanto a Iarc informa se determinada substância é cancerígena (ou não) e em qual grau, o JEFCA avalia a dosagem considerada segura.
Segundo o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ainda não há motivos para alterar o limite máximo de ingestão diária de aspartame, que é de 40 mg por quilo de peso da pessoa. Com isso, uma pessoa de 70 kg pode tomar em 2.800 mg do adoçante por dia.
O aspartame é um adoçante artificial extremamente popular. Conhecido por ser 200 vezes mais doce do que o açúcar, ele entra na fórmula de vários produtos. Sorvetes, iogurtes, gomas de mascar, confeitos, molhos e outras guloseimas também são elaborados com a substância.
Em 100ml da Coca Zero, há 12 mg de aspartame, ou 42 mg em uma lata (350 ml). Na Coca-Cola Light contém 24 mg a cada 100ml, ou 74,4 mg em uma lata (310 ml).
A inserção do aspartame pelo Iarc no grupo 2b não significa que ele esteja proibido. O relatório do JECFA mantém a indicação de 40 mg por quilo de peso como um limite diário seguro. Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, ressaltou que se trata de uma quantidade bastante significativa.
O aspartame é um adoçante artificial desenvolvido pela primeira vez na década de 1960. Ele é 200 vezes mais doce que o açúcar tradicional — Isso significa que é necessário menos quantidade de grama para obter o mesmo resultado doce, ou seja, os produtos que o contêm tendem a ser menos calóricos.