Síria: o regime sírio retomou o controle de Ghouta Oriental em abril e a disputa deixou cerca de 1,7 mil mortos (SANA/Handout/Reuters)
AFP
Publicado em 21 de maio de 2018 às 16h07.
De Quseir à Ghouta Oriental, passando por Aleppo, o regime sírio multiplicou as vitórias contra os rebeldes e extremistas, ajudado por Rússia, Irã e pelo Hezbollah libanês.
Nesta segunda-feira (21), o governo anunciou controlar "totalmente" Damasco e seus arredores, depois de expulsar o grupo Estado Islâmico (EI) dos bairros do sul de Damasco e do campo de refugiados palestinos de Yarmuk, seu último reduto na capital.
Em 30 de abril, dezenas de extremistas de Hayat Tahrir al-Sham, dominado pelo ex-braço sírio da Al-Qaeda, deixaram o campo em direção à província de Idlib (noroeste).
Em junho de 2013, o regime e o movimento xiita Hezbollah tomam Quseir (oeste) dos rebeldes, perto da fronteira com o Líbano. A localidade é estratégica já que une Damasco com o litoral.
A batalha de Quseir acentua a tensão confessional. O regime de Bashar al-Assad é controlado pela minoria alauíta, braço do xiismo, quando os sunitas são majoritários na Síria.
Em janeiro de 2016, as forças do regime, apoiadas pela aviação russa, expulsam os rebeldes dos redutos de Salma e Rabia, na província de Latakia (oeste), de onde a família de Assad é originária.
A localidade de Salma, que caiu nas mãos dos rebeldes em julho de 2012, havia se tornado o quartel-general dos rebeldes islamitas e da Frente al-Nusra.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), os responsáveis militares russos dirigiram a batalha de Rabia.
Em janeiro de 2016, as forças do regime, respaldadas pela aviação russa, conquistam Sheikh Miskin (sul), perto da fronteira com a Jordânia.
Em fevereiro, o Exército, apoiado por Rússia, Hezbollah e milícias, retoma Atman, perto de Deraa, capital da província de mesmo nome.
Em 22 de dezembro de 2016, o Exército retoma metade de Aleppo, segunda cidade da Síria, controlada desde julho de 2012 pelos rebeldes. O cerco à cidade levou à evacuação de dezenas de milhares de moradores e rebeldes para as regiões controladas por estes últimos no norte da Síria.
Os bombardeios russos permitiram ao Exército retomar a totalidade de Aleppo.
Em março de 2017, o Ministério russo da Defesa e o Exército sírio anunciam a reconquista de Palmira.
A cidade mudou de mãos por várias vezes: conquistada em maio de 2015 pelo EI, foi retomada pelo regime em março de 2016 e voltou a cair nas mãos dos extremistas em dezembro.
Em 21 de maio de 2017, o regime toma a totalidade de Homs (centro), com a evacuação dos rebeldes do bairro deWaer, o último que controlavam.
Também conquistam três bairros importantes de Damasco: Barze, Qabun e Teshrin.
Em 19 de novembro de 2017, o Exército e seus aliados expulsam o EI de Bukamal, na província petroleira de Deir Ezzor.
Em 14 de abril de 2018, o Exército anuncia o controle total do enclave rebelde de Ghouta Oriental, depois da evacuação dos últimos rebeldes de Duma.
O poder havia lançado em fevereiro uma ofensiva para retomar essa região, situada perto de Damasco. A campanha deixou 1.700 civis mortos, segundo o OSDH.
Os diferentes grupos islamitas presentes na região concluíram acordos de evacuação.
A saída dos últimos combatentes rebeldes aconteceu no dia dos bombardeios de Estados Unidos, França e Grã-Bretanha que acusavam o regime de usar armas químicas em Duma.
Em 25 de abril, o regime toma o controle de Qalamun oriental, a nordeste da capital. Milhares de combatentes e suas famílias são retirados de Ruhaiba, Jairud e Nasiriya e levados para territórios controlados por rebeldes no norte.
Uma semana antes, as forças sírias entraram em Dumeir, a 50 quilômetros a nordeste de Damasco, depois da evacuação dos últimos rebeldes.