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Quais as chances de Trump anexar Canadá e Groenlândia após tomar posse?

Presidente eleito disse ter interesse que os dois territórios passem a ficar sob controle dos EUA

Postagens de Trump em que mostra o Canadá e os Estados Unidos como um só país (Reprodução)

Postagens de Trump em que mostra o Canadá e os Estados Unidos como um só país (Reprodução)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 18 de janeiro de 2025 às 17h11.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, dominou o noticiário nas últimas semanas ao falar sobre tentar tomar outros territórios, algo que os Estados Unidos não fazem há mais de cem anos.

Em uma rede social, ele postou mapas em que coloca o território do Canadá como sendo parte dos EUA e disse que os canadenses teriam vantagens em uma fusão dos dois países. O governo do Canadá disse não, obrigado.

Resposta similar veio da Groenlândia, um território da Dinamarca. Um terceiro desejo — antigo — de Trump é o Canal do Panamá, que ficou sob controle de Washington desde sua criação até 1999, quando foi assumido pelo Panamá. Ali, Trump diz que a influência chinesa estaria colocando os americanos em risco.

Nos três casos, analistas apontam que a chance de uma anexação é remota. Sem interesse dos outros territórios em se juntar, as opções que restam seriam fazer pressão econômica ou ir à guerra.

O Canadá e a Dinamarca integram a Otan, aliança militar da qual os EUA também fazem parte. As regras da entidade apontam que, caso um dos países seja invadido, os outros precisam enviar tropas para ajudar. Assim, Trump acabaria se envolvendo em um conflito com os principais países da Europa. Embora os EUA tenham força militar maior, os europeus também possuem tecnologias de defesa de ponta.

Tática de Trump

Analistas veem nestas falas uma tática comum de Trump. "Ele começa muitas vezes com metas extremas, divulgadas de surpresa, de modo que depois, nas negociações, quem está negociando com ele se sente aliviado ao lhe dar muito do que ele realmente queria. É uma tática antiga", diz Ken Kollman, professor de ciência política na Universidade de Michigan.

Ao mesmo tempo, dominar a atenção pública com propostas radicais ajuda a desviar o foco. "Ele coloca muita intensidade em temas de baixa relevância e, em paralelo, vai passando as coisas que realmente quer passar", diz Maurício Moura, professor da Universidade George Washington.

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