Trabalhadores sul-coreanos do lado de fora do complexo industrial de Kaesong, na Coreia do Norte (AFP / Jung Yeon-Je)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2013 às 07h26.
Seul - A Coreia do Norte impediu na manhã desta quarta-feira que trabalhadores sul-coreanos entrassem no complexo industrial de Kaesong, em meio à crescente tensão entre o Norte e o Sul, anunciou o governo em Seul.
"A Coreia do Norte não deu sua permissão, como faz diariamente, para que 484 trabalhadores sul-coreanos entrassem em Kaesong hoje", disse à AFP o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Kim Hyung-suk.
"O Norte nos informou esta manhã que estão autorizadas apenas as viagens de regresso de Kaesong e que o ingresso no complexo foi proibido", revelou o porta-voz.
Pyongyang não precisou a duração da medida, disse Kim, que qualificou a decisão de "muito lamentável".
Kim destacou que a prioridade do governo em Seul é a segurança dos 861 sul-coreanos que estão em Kaesong. "Esperamos que nossa gente que está no Norte volte sã e salva".
A zona industrial de Kaesong, situada 10 km no interior do território da Coreia do Norte, foi inaugurada em 2004 como símbolo da vontade de cooperação entre as duas Coreias.
A passagem na fronteira entre as duas Coreias em direção a Kaesong é aberta normalmente às 08H30 (20H30 Brasília), mas nesta quarta-feira os responsáveis norte-coreanos não autorizaram o ingresso dos trabalhadores sul-coreanos, destacou o porta-voz.
O parque industrial intercoreano, que conta com investimentos sul-coreanos, até o momento se mantinha em atividade, apesar da crise na península coreana.
A passagem de fronteira para Kaesong funcionou normalmente nas últimas semanas, mesmo diante da crescente tensão entre Norte e Sul.
Em Kaesong trabalham mais de 50 mil norte-coreanos, a maioria para pequenas empresas sul-coreanas que atuam na área manufatureira produzindo roupas, calçados, relógios e utensílios de cozinha, entre outros.
Preciosa fonte de divisas estrangeiras, o complexo industrial sempre permaneceu aberto, apesar das repetidas crises na península, e sua estabilidade é considerada um barômetro das relações entre as duas Coreias.