Putin: o documento de 25 páginas (versão desclassificada) afirma que "Putin e o governo da Rússia buscaram ampliar as chances de vitória" de Trump (Getty Images)
AFP
Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 21h03.
O presidente russo, Vladimir Putin, e seu governo agiram para ajudar o republicano Donald Trump a vencer as eleições presidenciais de novembro passado nos Estados Unidos ao desprestigiar a candidata democrata, Hillary Clinton, concluíram as agências americanas de Inteligência em um relatório divulgado nesta sexta-feira.
O relatório adverte ainda que Moscou vai aplicar as "lições aprendidas" em sua ingerência eleitoral nos Estados Unidos para tentar influenciar as eleições em outros países, incluindo "aliados" dos americanos.
O documento de 25 páginas (versão desclassificada) afirma que "Putin e o governo da Rússia buscaram ampliar as chances de vitória" de Trump desprestigiando a candidatura de Clinton.
O relatório revela ainda que Putin "ordenou uma campanha em 2016" cujo objetivo era "minar a confiança no processo democrático americano, denegrir a secretária Clinton e prejudicar sua capacidade de ser eleita presidente".
As agências de Inteligência também concluíram que Putin e o governo da Rússia "desenvolveram uma clara preferência" por Trump, que durante a campanha fez comentários favoráveis ao líder russo.
De acordo com o relatório, as agências americanas de Inteligência têm "alta confiança" de que o hacker identificado como Guccifer 2.0 é uma ferramenta do órgão militar russo de espionagem GRU.
Guccifer 2.0 é apontado como o responsável pela invasão de e-mails de altos dirigentes do partido Democrata e do chefe da campanha de Clinton, John Podesta.
Os Estados Unidos também têm "alta confiança" de que os serviços russos de espionagem foram os responsáveis por passar toda esta informação ao site WikiLeaks.
Chefes das agências responsáveis por este relatório discutiram detalhes secretos das conclusões nesta sexta-feira com o próprio Trump, que até o momento rejeita a influência da Rússia em sua vitória.
"Ainda que Rússia, China, outros países, grupos e pessoas tentem, continuamente, invadir a estrutura cibernética das nossas instituições governamentais, empresas e organizações, incluindo o Comitê Nacional Democrata, não houve - absolutamente - qualquer efeito no resultado da eleição, incluindo o fato de que não ocorreu fraude nas máquinas de votação", afirmou o presidente eleito.