Putin: o presidente russo usou binóculos para poder ver o conflito simulado se desenrolando diante de seus olhos sob uma garoa fria (Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 16h00.
Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, acompanhou os maiores jogos de guerra da Rússia em anos nesta segunda-feira, assistindo a suas forças repelirem um inimigo imaginário com sucesso e lançarem uma contraofensiva liderada por tanques, parte de um exercício que causou alvoroço no Ocidente.
Autoridades da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) dizem estar monitorando os jogos de guerra "Zapad-2017" ("Ocidente-2017") com "calma e confiança", mas muitos estão irritados por acreditarem que Moscou está testando sua capacidade de guerrear com o Ocidente. A Rússia afirma que o exercício está ensaiando uma abordagem puramente defensiva.
Putin, comandante em chefe das Forças Armadas russas, se instalou em um centro de comando flanqueado por seu ministro da Defesa e pelo chefe de seu Estado-Maior, e usou binóculos para poder ver o conflito simulado se desenrolando diante de seus olhos sob uma garoa fria.
O líder russo já compareceu a eventos semelhantes, às vezes de uniforme militar, e os utiliza para fortalecer entre seus compatriotas a imagem de um defensor robusto dos interesses do país na arena mundial.
Desta vez o presidente de 64 anos, que na opinião de muitos concorrerá à reeleição em março, usava um terno escuro e parecia relaxado enquanto o estande de tiro instalado na região de Leningrado se transformava brevemente em uma zona de guerra.
Balas com rastro luminoso clarearam o céu enevoado, tanques de batalha se arrastaram pelo terreno enlameado, bombas explodiram, helicópteros dispararam mísseis, aviões rugiram no alto e centenas de paraquedistas e veículos blindados se precipitaram dos céus.
Os abrangentes jogos de guerra, que começaram em 14 de setembro e vão até o dia 20, ocorrem no oeste da Rússia, no encrave russo de Kaliningrado e em Belarus, um aliado de Moscou que faz fronteira com a Ucrânia e com Polônia, Letônia e Lituânia, todas estas membros da Otan.