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Putin pensa nas eleições de 2012, mas não diz se voltará ao Kremlin

Putin teve que ceder a Presidência a Dmitri Medvedev, já que a constituição russa não permite mais de dois mandatos consecutivos

Vladimir Putin, primeio-ministro da Rússia, ainda não sabe se quer retornar ao Kremlin (.)

Vladimir Putin, primeio-ministro da Rússia, ainda não sabe se quer retornar ao Kremlin (.)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2010 às 17h53.

Moscou - O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, reconhece que já pensa nas eleições presidenciais de 2012, mas não esclarece se vai se candidatar para retornar ao Kremlin em entrevista publicada hoje pelo jornal "Kommersant".

Putin, que teve que ceder a Presidência a Dmitri Medvedev já que a Constituição russa não permite mais de dois mandatos consecutivos, ressalta: "O importante é que estes problemas de 2012 não nos desviem do caminho do desenvolvimento estável".

"A grandes rasgos, o país se desenvolve de maneira sólida. Não vejo grandes problemas. Claro que a crise nos desacelerou um pouco, mas, por outro lado, também nos ajudou a nos concentrar nas prioridades", diz.

Putin defende sua decisão de propor no final de 2007 um sucessor (Medvedev), ao considerar que "é uma prática muito estendida no mundo"

"O presidente dos Estados Unidos, como regra geral, sempre propõe um sucessor. O que há de anormal se o (presidente) que está saindo ao país um homem que sabe que é honesto, profissional, uma pessoa que pode desempenhar de maneira eficaz esse trabalho?", assinala.

O primeiro-ministro russo reconhece que está consciente da queda de sua popularidade entre a população, que se encontra em um dos níveis mais baixos desde que assumiu, pela primeira vez, o cargo de chefe do Governo em agosto de 1999.

Cerca de 47% dos russos está descontente com a gestão do Governo de Putin, segundo os resultados de uma pesquisa divulgada na semana passada.

Putin também respaldou a decisão das autoridades de proibir os protestos antigovernamentais da oposição não parlamentar, que se manifestam a cada dia 31 do mês para defender a liberdade de reunião.

O primeiro-ministro recalcou que se o objetivo da oposição é que as autoridades cedam, e se estas o fazem "haverá outro motivo para as provocações, esse é o ponto; e assim, eternamente".

Os analistas consideram que Putin, que se multiplicou com contínuas viagens de inspeção durante a temporada de incêndios florestais, está preparando o terreno para retornar ao Kremlin.

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