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Putin felicita Trump e propõe retomar relações diretas com os EUA

Líder russo destaca importância de um diálogo baseado no respeito mútuo e no fortalecimento da segurança estratégica

Putin frisou que a Rússia "nunca" se recusou ao diálogo (Brendan Smialowski/AFP)

Putin frisou que a Rússia "nunca" se recusou ao diálogo (Brendan Smialowski/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 13h09.

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O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou nesta segunda-feira, 20, Donald Trump por sua iminente posse como 47º presidente dos Estados Unidos e manifestou disposição para retomar os "contatos diretos" com a Casa Branca.

"Escutamos suas declarações sobre a necessidade de fazer todo o possível para evitar uma Terceira Guerra Mundial. Claro, saudamos esse espírito e parabenizamos o presidente eleito dos EUA por sua posse", afirmou Putin durante uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da Rússia, dedicada exclusivamente às relações com os Estados Unidos. O início da reunião foi transmitido pela televisão pública.

Putin destacou que a vitória de Trump nas eleições presidenciais de novembro foi "convincente" e elogiou o "coragem" demonstrado por ele durante uma campanha eleitoral que, segundo o presidente russo, "não foi nada fácil" para Trump e sua família, especialmente devido a um "tentativa de assassinato".

O líder russo também observou que Moscou prestou atenção às declarações de Trump e sua equipe sobre o desejo de retomar os contatos diretos com a Rússia, interrompidos "não por nossa culpa, mas pela administração que está deixando o poder".

Putin frisou que a Rússia "nunca" se recusou ao diálogo e sempre esteve aberta a construir "relações de cooperação com qualquer administração norte-americana". Ele destacou que o diálogo deve se basear em "igualdade e respeito mútuo", levando em conta o papel significativo de ambos os países em temas estratégicos globais, como estabilidade e segurança.

 

Rússia e EUA: possibilidades de cooperação

O presidente russo enfatizou que Moscou está "aberta" ao diálogo com a nova administração dos EUA sobre a resolução do conflito na Ucrânia.

"Neste caso, o mais importante é eliminar as causas originais da crise", disse Putin, referindo-se à aproximação da infraestrutura militar da OTAN às fronteiras russas. Ele acrescentou que o objetivo na Ucrânia "não deve ser um cessar-fogo breve ou uma pausa para reagrupamento ou rearmamento, mas sim uma paz duradoura baseada no respeito pelos interesses legítimos de todas as pessoas que vivem nesta região".

Putin afirmou ainda que, independentemente do contexto, a Rússia continuará defendendo os interesses de seu povo no que chamou de "operação militar especial", iniciada em fevereiro de 2022.

Durante a reunião, o presidente russo ouviu um relatório do ministro das Relações Exteriores, Serguêi Lavrov, sobre as relações bilaterais com os Estados Unidos.

O Kremlin espera que Trump tome a iniciativa de telefonar diretamente para Putin após assumir a presidência. "Não queremos que passe a impressão de que estamos sentados em Moscou esperando a ligação de Washington. Estamos aguardando tranquilamente que a equipe de Trump assuma suas funções e que ele entre no Salão Oval. Depois disso, veremos", disse recentemente Yuri Ushakov, assessor presidencial para assuntos internacionais.

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