Putin: "é preciso fazer uma avaliação legal das ações de cada um dos funcionários", disse o presidente (Alexei Druzhinin/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de março de 2018 às 06h33.
Última atualização em 27 de março de 2018 às 06h34.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, viajou nesta terça-feira para a cidade de Kemerovo, na Sibéria, e depositou flores perto do shopping onde, no último domingo, pelo menos 64 pessoas, muitas delas crianças, morreram em um incêndio, informou a imprensa local.
O chefe do Kremlin se reuniu com o governador da região de Kemerovo, Aman Tuyelev, a quem ele confiou para prestar todo tipo de assistência aos familiares das vítimas e aos feridos no acidente, o mais grave ocorrido no país desde 2009, quando 153 pessoas morreram no incêndio de uma boate.
"É preciso fazer uma avaliação legal das ações de cada um dos funcionários", disse o presidente, em uma reunião com autoridades locais e federais.
Putin instruiu o presidente do Comitê de Instrução da Rússia (CIR), Yuri Bastrikin, e acrescentou que "sem dinheiro não se pode conseguir nenhuma certidão, e com dinheiro (os funcionários) assinam qualquer coisa".
Enquanto isso, centenas de pessoas se reuniram em frente a sede da administração regional para exigir responsabilidades pelo incêndio e exigir a renúncia das autoridades locais.
O acidente, cujas causas ainda não foram determinadas, aconteceu na tarde do último domingo, quando o shopping "Zimnaya Vishnia" ("Cereja de Inverno") estava cheio de famílias.
Segundo as primeiras investigações, a explosão aconteceu no quarto e último andar do edifício, onde havia duas salas de cinema, cujo teto desmoronou, e um centro de recreação infantil.
Em alguns vídeos gravados por testemunhas pode-se ver como algumas pessoas saltavam pelas janelas do shopping para fugir das chamas, enquanto as fotografias do acidente mostram destroços carbonizados e uma enorme destruição.
As investigações detectaram várias irregularidades no funcionamento do shopping.
No edifício não foi ativado o alarme de incêndio, e além disso, as saídas de emergência dos cinemas estavam bloqueadas.
O CIR anunciou a detenção de cinco pessoas no inquérito aberto, entre elas o arrendatário do local onde se originou o fogo e a diretor-geral da sociedade administradora do shopping.