O chefe do Kremlin pediu ao ministro das Finanças, Anton Siluanov, que realize as correspondentes consultas para esclarecer a postura da parte ucraniana (REUTERS/Alexei Druzhinin/RIA Novosti/Kremlin)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 14h15.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quarta-feira a seu governo que esclareça a situação da dívida da Ucrânia com o país, depois que ontem o parlamento ucraniano autorizou o Executivo a suspender pagamentos de sua dívida externa a credores privados.
"Temos ouvido declarações de responsáveis sobre a possibilidade de não devolver os créditos contratados pelo anterior governo (da Ucrânia). Quis entender os propósitos de nossos parceiros", disse Putin, citado pelas agência russas, em reunião com o estado maior do Executivo.
O chefe do Kremlin pediu ao ministro das Finanças, Anton Siluanov, que realize as correspondentes consultas para esclarecer a postura da parte ucraniana.
Além disso, encarregou o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, a supervisionar pessoalmente a situação da dívida ucraniana.
O chefe o governo informou a Putin que a dívida comercial da Ucrânia com credores russos chega a US$ 25 bilhões.
Segundo Medvedev, a decisão do parlamento ucraniano "é de fato um anúncio de moratória por força maior" e, nesta situação, "o Estado e os bancos comerciais russos deve reagir de maneira adequada".
"Declarar-se praticamente em moratória, quando puseram o país (Ucrânia) sob uma administração externa, fala que o nível de responsabilidade e profissionalismo (das autoridades ucranianas) é baixo", comentou Putin.
O ministro das Finanças indicou que Moscou recorrerá à Justiça internacional caso a Ucrânia pare de pagar sua dívida.
"O último pagamento foi em fevereiro do ano em curso e o próximo, de US$ 75 milhões, deve ser abonado no dia 20 de junho. Por enquanto, não houve descumprimentos", acrescentou Siluanov.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, após ser autorizado pelo parlamento a suspender pagamentos aos credores privados, precisou que o Executivo não necessariamente fará uso dessa prerrogativa.
Yatseniuk explicou que a Ucrânia enfrenta um desequilíbrio de US$ 15 bilhões nos próximos quatro anos pelo pagamento do serviço e o principal de sua dívida externa e que tem o propósito de subsaná-lo mediante acordos de reestruturação com os credores privados.
"Queremos pagar, mas nas condições propostas pelo governo e o Estado ucranianos", disse Yatseniuk, que recalcou que as autoridades não podem carregar o fardo da dívida sobre os ombros da população.