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Putin entra na campanha para apoiar partido do Kremlin

Putin, que cedeu a liderança do partido ao primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, advertiu aos deputados que "as pessoas sentem onde há mentira e falsas promessas"


	Putin: "A confiança das pessoas é muito importante. Para que surja essa confiança (...) é preciso dizer ao povo, às claras, a verdade sobre as coisas"
 (Sergei Karpukhin / Reuters)

Putin: "A confiança das pessoas é muito importante. Para que surja essa confiança (...) é preciso dizer ao povo, às claras, a verdade sobre as coisas" (Sergei Karpukhin / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 16h41.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, apareceu nesta terça-feira pela primeira vez na campanha eleitoral em apoio ao partido do Kremlin, Rússia Unida (RU), que tenta repetir a maioria absoluta nos pleitos legislativos do dia 18 de setembro.

"A confiança das pessoas é muito importante. Para que surja essa confiança (...) é preciso dizer ao povo, às claras, a verdade sobre as coisas", disse Putin ao reunir-se com a bancada do RU na Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia.

Putin, que cedeu a liderança do partido ao primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, advertiu aos deputados que "as pessoas sentem onde há mentira e falsas promessas, e onde há autênticos desejos de mudar as coisas e solucionar os problemas".

"Desejo sucesso a todos na fase final, a mais importante da campanha eleitoral. Espero que a coluna vertebral de sua equipe se mantenha na próxima legislatura do parlamento russo", completou.

Em particular, apoiou a recente decisão do governo, considerada claramente eleitoreira, de entregar aos aposentados um pagamento único de 5.000 rublos (cerca de R$ 250) a partir do próximo dia 1º de janeiro, após admitir que "não há dinheiro" para indexar as pensões devido à recessão.

"No final das contas encontramos uma solução que não repercute no orçamento dos próximos anos (2017-19) e, ao mesmo tempo, ajuda às pessoas: é o pagamento único no valor de 5.000 rublos", destacou.

Putin lembrou que no país há mais de 44 milhões de aposentados e que a indexação anterior, em abril de 2016, afetou apenas aqueles russos em idade de aposentadoria, mas que seguem trabalhando.

"Por outro lado, este pagamento único de 5.000 rublos será igual para todos os aposentados, independentemente que se trate de um trabalhador ou não", ressaltou Putin, que antecipou que, devido à redução da inflação à metade, a próxima indexação será completa.

O chefe do Kremlin também defendeu uma das leis do RU mais controvertidas, a que obriga os operadores de telefonia e internet a armazenar todo o conteúdo gerado por seus usuários durante seis meses e repassá-lo às autoridades se for necessário.

"Certamente, nós devemos utilizar qualquer possibilidade técnica para garantir a segurança dos cidadãos. Vemos o que acontece no mundo e não temos dúvida alguma que é preciso fazer o esforço máximo", comentou.

Além disso, se mostrou disposto a introduzir "correções" se dita lei - que seus opositores consideram a antessala da espionagem total ao estilo "Big Brother" - coloca as empresas em uma difícil situação.

A campanha eleitoral transcorre em um ambiente de apatia que favorece ao partido do Kremlin, que conta com intenção de voto de 44%, a mais baixa de sua história, motivo pelo qual lhe convém uma baixa participação.

Ao contrário de outras ocasiões, as eleições presidenciais não acontecerão três meses depois das parlamentares, mas em 2018, embora cada vez sejam mais intensos os rumores de que Putin as antecipará para 2017.

As eleições legislativas anteriores desembocaram nos maiores protestos antigovernamentais da história da Rússia devido às denúncias de fraude em favor do Rússia Unida.

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