Mundo

Putin e Cameron discutem opções para conflito na Síria

O primeiro-ministro britânico deve se reunir na segunda-feira com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca


	David Cameron: Cameron afirmou que, apesar de os pontos de vista de Rússia e Grã-Bretanha sobre a solução do conflito sírio serem diferentes, os dois países têm o mesmo objetivo.
 (REUTERS/Ints Kalnins)

David Cameron: Cameron afirmou que, apesar de os pontos de vista de Rússia e Grã-Bretanha sobre a solução do conflito sírio serem diferentes, os dois países têm o mesmo objetivo. (REUTERS/Ints Kalnins)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 13h55.

Bruxelas - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente russo, Vladimir Putin, discutiram nesta sexta-feira medidas conjuntas visando a uma solução para o conflito na Síria, em um contexto de intensas negociações diplomáticas.

A visita de Cameron a Sochi, às margens do Mar Negro, ocorre três dias após Moscou e Washington terem chegado a um acordo em busca de uma resolução política para o conflito, que já dura mais de dois anos e deixou mais de 70.000 mortos, segundo a ONU.

O primeiro-ministro britânico deve se reunir na segunda-feira com o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

Após a reunião, Putin revelou que havia conversado com Cameron a respeito de "possíveis opções" para uma solução, mas nenhum outro avanço foi anunciado.

"Por iniciativa do primeiro-ministro, conversamos sobre possíveis opções para um desenlace positivo da situação (na Síria) e sobre as medidas concretas neste sentido", disse o chefe de Estado russo em sua residência em Sochi, citado pelas agências russas.

"Temos um interesse comum, que é acabar rapidamente com a violência e lançar um processo de solução pacífica, manter a integridade territorial da Síria como Estado soberano", acrescentou.

Cameron afirmou que, apesar de os pontos de vista de Rússia e Grã-Bretanha sobre a solução do conflito sírio serem diferentes, os dois países têm o mesmo objetivo, que é pôr fim ao conflito e conter o extremismo no país.


O primeiro-ministro britânico saudou a proposta de organizar uma conferência internacional por uma solução política -com base no acordo de Genebra concluído em 30 de junho de 2012 entre as grandes potências- feita por Moscou e Washington na terça.

"A Grã-Bretanha, a Rússia e os Estados Unidos devem cooperar para criar um governo de transição na Síria", indicou Cameron.

O acordo de Genebra não define o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a oposição continua a considerar a sua saída do poder como uma pré-condição para qualquer negociação.

Contudo, o secretário de Estado americano, John Kerry, insistiu na quinta-feira, em visita à Roma, que a saída de Assad é necessária. Ele também considerou que o fornecimento iminente de mísseis terra-ar russos à Síria seria "potencialmente desestabilizador" para a região.

Nesta sexta, Lavrov indicou que Moscou está concluindo o fornecimento de mísseis já acertado com a Síria, mas que não planeja realizar novas vendas de armamentos deste tipo.

"A Rússia vende (mísseis) há muito tempo. Ela assinou contratos e conclui o fornecimento em virtude de contratos assinados. Isso não é proibido por nenhum acordo internacional", declarou em Varsóvia.

"Trata-se de armamento defensivo para que a Síria, que é o país importador, tenha a possibilidade de se defender de ataques aéreos", acrescentou Lavrov.


Já o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, indicou a existência de uma controvérsia a esse respeito e exigiu o fim do fornecimento de armas à Síria.

"Estamos convencidos de que o fornecimento internacional de armas à Síria deve acabar e que devemos fazer tudo para dar chances a uma situação política", declarou Westerwelle após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da Polônia e da Rússia.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fez um apelo por uma ação internacional urgente para acabar com o derramamento de sangue na Síria, após testemunhos de massacres cometidos recentemente pelas tropas de Damasco na cidade de Banias.

Mas ela se disse satisfeita com a iniciativa russo-americana sobre a realização de uma conferência internacional.

No terreno, o Exército sírio lançou panfletos sobre Qousseir, uma cidade estratégica localizada na província de Homs, pedindo para que os habitantes deixem a cidade rebelde antes de um ataque iminente, indicou à AFP uma fonte militar que pediu para não ser identificada.

Os rebeldes na Síria postaram na internet mais um vídeo que mostra quatro capacetes azuis filipinos capturados terça-feira. As Filipinas declararam nesta sexta-feira que desejam a retirada de seus cidadãos da força de observação da Otan nas Colinas de Golã o quanto antes.

Acompanhe tudo sobre:EuropaPaíses ricosPolíticosReino UnidoSíriaVladimir Putin

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA