Putin participou de uma rara conferência com jornalistas ocidentais (NATALIA KOLESNIKOVA /AFP)
Redação Exame
Publicado em 6 de junho de 2024 às 09h23.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou na quarta-feira que a Rússia poderia fornecer armas de longo alcance a outros países para atacar alvos ocidentais, em resposta aos aliados da OTAN que permitiram à Ucrânia usar as suas armas para atacar o território russo.
Putin também reafirmou a disponibilidade de Moscou para usar armas nucleares caso veja uma ameaça à sua soberania.
"As recentes ações do Ocidente irão minar ainda mais a segurança internacional e poderão levar a problemas muito sérios”, disse ele, respondendo a perguntas de jornalistas internacionais – algo raro desde o início da guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Os Estados Unidos e a Alemanha autorizaram recentemente a Ucrânia a atingir alguns alvos em solo russo com as armas de longo alcance que fornecem a Kiev.
Na quarta-feira, uma autoridade ocidental e um senador dos EUA citados pela Associated Press disseram que a Ucrânia usou armas dos EUA para atacar o território russo sob orientação recente aprovada pelo presidente Joe Biden.
Putin afirmou que o uso de algumas armas fornecidas pelo Ocidente envolve militares desses países que controlam os mísseis e selecionam os alvos e, portanto, disse que Moscou poderia tomar medidas “assimétricas” em outras partes do mundo. Os militares dos EUA disseram que não controlam os mísseis que fornecem à Ucrânia.
Putin também disse que nada mudará em termos de relações Rússia-EUA independentemente de quem vencer as eleições de novembro - Joe Biden ou Donald Trump
“Trabalharemos com qualquer presidente eleito pelo povo americano”, disse Putin. “Digo com toda a sinceridade que não acreditamos que depois das eleições nos EUA algo mudará em nosso caminho”, acrescentou.