Vladimir Putin: ele argumentou que a decisão da Ucrânia em assinar um acordo com a UE levaria a enormes perdas para a Rússia, que seria forçada a proteger sua economia (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 14h28.
São Paulo - Os presidentes da Ucrânia e da Rússia reúnem-se nesta terça-feira na Bielorrússia para discutir os confrontos entre rebeldes separatistas e tropas do governo no leste ucraniano.
Vladimir Putin e Petro Poroshenko contam também com a presença dos presidentes de Bielorrúsia e do Casaquistão e de três graduadas autoridades da União Europeia (UE) no encontro que acontece em Minsk, a capital bielorrussa.
Putin dedicou a maior parte de seu discurso de abertura à questão comercial, argumentando que a decisão da Ucrânia em assinar um acordo de associação com a UE levaria a enormes perdas para a Rússia, que seria forçada a proteger sua economia.
A Rússia contava com o fato de a Ucrânia se unir a uma união econômica rival da UE, formada também pelos governos russo, casaque e bielorrusso.
Desde o início da crise, Putin tem acusado o Ocidente de se intrometer nos assuntos internos ucranianos e de tentar prejudicar suas relações com a Rússia, atraindo a Ucrânia com um acordo de associação à UE.
Putin afirmou que um acordo comercial entre Kiev e a UE inundaria o mercado ucraniano com bens europeus, que poderiam terminar no mercado russo. "Numa situação como esta, a Rússia não pode ficar parada. E seremos impelidos, eu quero destacar isso, seremos impelidos a tomar medidas retaliatórias para proteger nosso mercado", afirmou o presidente russo.
A Ucrânia deve ratificar o acordo de associação com a UE em setembro.
A respeito dos confrontos, que começaram em abril entre as tropas ucranianas e separatistas pró-Rússia, Putin disse apenas que tinha certeza de que o conflito "não deve se resolvido com mais intensificação do cenário militar, sem levar em consideração os interesses vitais do sudeste do país e sem um diálogo pacífico de seus representantes".
É improvável que Poroshenko concorde com os frequentes pedidos da Rússia para a federalização da Ucrânia, o que significaria dar poderes maiores às regiões, mas pode concordar em conceder um grau maior autonomia.
O presidente ucraniano também se pronunciou contra a realização de um referendo para que a Ucrânia faça parte da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan). O desejo de Moscou de manter a Ucrânia fora da aliança militar é visto como uma das principais preocupações do governo russo.
Com informações da Associated Press e da Dow Jones Newswires