Vladimir Putin: "Em nenhuma ocasião pusemos sob ameaça nossos interesses, a segurança e a estabilidade global", afirmou o presidente russo (Vyacheslav Oseledko/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 11h04.
Moscou - O chefe do Kremlin, Vladimir Putin, deu nesta quinta-feira a Rússia como exemplo de potência mundial "madura e responsável", que não aspira a hegemonia, e que se opõe ao uso da força para a solução de conflitos.
"Não queremos o rótulo de superpotência no sentido de pretender uma hegemonia regional ou mundial. Não atentamos contra os interesses de ninguém (...) e não tentamos mostrar a ninguém como viver", disse Putin ao apresentar seu relatório sobre o estado da nação.
Durante um discurso pronunciado para o Parlamento na Sala de São Jorge do Grande Palácio do Kremlin, Putin assegurou que a Rússia "quer ser líder defendendo o direito internacional, o respeito à soberania nacional, à independência e à idiossincrasia dos povos".
"Como demonstrou a situação na Síria e agora no Irã, qualquer problema internacional deve ser solucionado exclusivamente por meios políticos, sem recorrer a ações violentas que não têm perspectiva e que causam rejeição em quase todos os países do mundo", disse.
"Nos últimos anos vimos como as tentativas de impor a outros países um modelo de desenvolvimento supostamente mais progressista se tornou em regressão, barbárie e derramamento de sangue", destacou Putin.
"Assim aconteceu em toda uma série de países do Oriente Médio e do Norte da África. Tal situação dramática foi criada também em torno da Síria", disse.
"Considero que é nosso sucesso comum que se optasse pelos princípios fundamentais do direito internacional, o bom senso e a lógica da paz. Conseguiu-se evitar, pelo menos por enquanto, a intervenção militar internacional nos assuntos sírios e a propagação do conflito fora das fronteiras da região", disse.
Putin destacou que a Rússia "fez uma contribuição muito significativa para este processo". "Agimos de maneira firme, reflexiva e calculada. Em nenhuma ocasião pusemos sob ameaça nossos interesses, a segurança e a estabilidade global".
"Na minha opinião, assim é como deve atuar uma potência madura e responsável. Como resultado, os parceiros conseguiram juntos reverter a evolução dos eventos de uma guerra para um processo político sírio para conseguir a concórdia civil", finalizou.