O presidente russo, Vladimir Putin (e), posa ao lado do presidente do Conselho Europeu , Herman Van Rompuy, na abertura da cúpula UE-Rússia (Francois Lenoir/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 08h47.
Bruxelas -- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou nesta sexta-feira à sede do Conselho da União Europeia (UE) em Bruxelas para participar da trigésima cúpula do bloco europeu com a Rússia, uma reunião que será protagonizada pela energia, o comércio e a liberalização de vistos.
O dirigente russo foi recebido pelos presidentes da Comissão e do Conselho Europeus, José Manuel Durão Barroso e Herman Van Rompuy, respectivamente, que ontem à noite o receberam com um jantar no castelo de Val Duchesse, na capital belga, cenário de honra de importantes reuniões comunitárias.
A agenda da cúpula é muito ampla e inclui de assuntos bilaterais como as negociações para um novo acordo UE-Rússia, a outros multilaterais como a Presidência da Rússia do G20, a situação na Síria, o processo de paz no Oriente Médio e o polêmico programa nuclear iraniano.
A Rússia, membro indispensável para o fornecimento energético da União, terá a oportunidade de abordar com os europeus a investigação aberta por Bruxelas em setembro ao consórcio estatal de companhias de gás russo Gazprom, ao suspeitar que obstaculiza a concorrência nos mercados da Europa central e do leste e que abusa de sua posição dominante.
Por sua parte, a União Europeia poderá fazer balanço com Putin da entrada da Rússia em agosto passado na Organização Mundial do Comércio (OMC), após 18 anos de negociações.
O bloco europeu reconheceu a conquista, mas também insistiu em diferentes ocasiões a Moscou em que deve cumprir totalmente seus compromissos com a organização, já que caso contrário poderia recorrer aos mecanismos de solução de controvérsias da OMC.
Ambas as partes também esperam fazer balanço das negociações para liberalizar os vistos de curta estadia para seus cidadãos. Além disso, está previsto que a situação dos direitos humanos na Rússia também apareça nas discussões.
Fontes russas e europeias garantiram que não seriam assinados novos acordos na cúpula, apesar de estar previsto que as duas partes assinem uma "associação para a modernização" baseada em programas cofinanciados pela UE e Rússia, como por exemplo o plano de mestrado e doutorado "Erasmus Mundus" e outros, para facilitar a mobilidade dos estudantes.