Segundo os especialistas, os setores agrícola e automotivo, por conta do atraso tecnológico, serão os que mais sofrerão com o ingresso da Rússia na OMC (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 19h46.
Moscou - O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, assinou nesta sexta-feira o protocolo comercial necessário para pôr fim ao processo de integração da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O Ministério da Economia russo deu o sinal verde ao protocolo nesta semana e o enviou a Putin para que seja assinado, segundo as agências russas.
A entrada da Rússia, a maior economia que ainda está à margem da OMC, será aprovada nesta sexta oficialmente durante a reunião ministerial da organização em Genebra, o que encerrará 18 anos de negociações.
Em seguida, a Rússia terá 220 dias para completar o processo de ratificação do ingresso, que entrará em vigor no mais tardar em 23 de julho de 2012.
No mês passado, Moscou firmou com a Geórgia um acordo para que o país levante seu bloqueio à entrada russa devido às diferenças sobre o controle das trocas comerciais com as regiões separatistas da Abkházia e Ossétia do Sul.
O Kremlin declarou em várias ocasiões que a Rússia estava 'cansada' de esperar na antessala da OMC e criticou o fato de que o país esteja negociando seu ingresso há mais anos do que a China, membro desde 2001, 'apesar da economia russa ser muito menor do que a chinesa'.
Segundo Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Rússia não obterá benefícios significativos com sua entrada na OMC.
'Não acho que os benefícios sejam significativos para a Rússia, já que exporta muitas matérias-primas e importa artigos processados', disse durante uma recente conferência em Moscou.
Segundo os especialistas, os setores agrícola e automotivo, por conta do atraso tecnológico e da falta de competitividade, além do aeronáutico serão os que mais sofrerão com o ingresso da Rússia na OMC.
O país já antecipou que se dará o direito de subsidiar seus produtores agrícolas, um auxílio que reduzirá gradualmente ao longo do tempo.
Quanto aos hidrocarbonetos, a Rússia não notará nenhum impacto, já que as exportações de gás e petróleo, que representam mais da metade de sua renda, não estão submetidas a tarifas.