Redação Exame
Publicado em 19 de abril de 2025 às 11h23.
Última atualização em 19 de abril de 2025 às 11h29.
A Rússia declarou oficialmente uma trégua temporária em sua ofensiva contra a Ucrânia.
O anúncio foi feito neste sábado, 19, pelo presidente Vladimir Putin, que determinou uma suspensão das operações militares entre as 18h de sábado e a meia-noite de segunda-feira (horário local), em respeito às celebrações da Páscoa ortodoxa.
A informação foi divulgada pela Agência de Notícias Russa TASS.
“Guiado por considerações humanitárias, ordeno que todas as ações militares sejam interrompidas nesse período”, disse Putin em comunicado, segundo a TASS, acrescentando que “partimos do pressuposto de que o lado ucraniano seguirá o nosso exemplo”. Ao mesmo tempo, determinou que as forças russas permaneçam em alerta para responder a possíveis violações da trégua e ações agressivas do inimigo.
A declaração, contudo, ocorreu no mesmo dia em que o Ministério da Defesa da Rússia informou ter conquistado o vilarejo de Oleshnya, um dos últimos pontos sob controle ucraniano na região russa de Kursk, próxima à fronteira. A vila, localizada em área de disputa desde o ano passado, foi retomada após confronto direto com as tropas ucranianas.
Enquanto a trégua é apresentada como um gesto simbólico, os confrontos seguem ativos.
Segundo a agência estatal russa TASS, as Forças Armadas da Rússia ainda enfrentam resistência no vilarejo de Gornal, a cerca de 11 quilômetros ao sul de Oleshnya. De acordo com fontes de segurança citadas pela agência, “fortes combates continuam na localidade”.
A retomada da maior parte da região de Kursk por tropas russas e norte-coreanas representa um revés estratégico para Kyiv, que havia surpreendido Moscou no ano passado com uma incursão-relâmpago na mesma área. Com o território quase inteiramente sob controle russo, a Ucrânia perde um trunfo importante em futuras negociações.
A trégua de Páscoa anunciada por Putin repete tradições anteriores de cessar-fogo temporário em datas religiosas ortodoxas, mas a continuidade dos combates na fronteira levanta dúvidas sobre sua eficácia prática. A expectativa agora gira em torno da resposta oficial de Kyiv e de como os combates se comportarão ao longo das próximas 48 horas.