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Putin anuncia reforço a arsenal nuclear da Rússia

Putin disse que a Rússia está preocupada com um sistema de defesa antimísseis, após anunciar que adicionará mais de 40 mísseis balísticos a seu arsenal nuclear


	Vladimir Putin, presidente da Rússia: "seremos forçados a direcionar nossas Forças Armadas... àqueles territórios de onde vem a ameaça"
 (Alexei Druzhinin/AFP)

Vladimir Putin, presidente da Rússia: "seremos forçados a direcionar nossas Forças Armadas... àqueles territórios de onde vem a ameaça" (Alexei Druzhinin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 20h48.

Kubinka - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que o país está preocupado com um sistema de defesa antimísseis perto de suas fronteiras, após anunciar que Moscou adicionará mais de 40 mísseis balísticos intercontinentais a seu arsenal nuclear neste ano.

"Seremos forçados a direcionar nossas Forças Armadas... àqueles territórios de onde vem a ameaça", disse Putin.

Seus comentários foram feitos um dia após autoridades russas terem criticado um plano dos Estados Unidos de instalar tanques e armamentos pesados em países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que fazem fronteira com a Rússia. Putin disse que este é o ato mais agressivo dos norte-americanos desde o fim da Guerra Fria.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, expressou preocupação com o anúncio de Putin sobre os mísseis e disse que ninguém quer ver um retrocesso "para um tipo de status de Guerra Fria".

Kerry disse a repórteres em entrevista coletiva que a posição de Putin pode ser para manter a postura, mas acrescentou: "Ninguém deve ouvir esse tipo de anúncio do líder de um país poderoso e não ficar preocupado sobre quais são as implicações."

As tensões aumentaram entre Rússia e potências ocidentais por conta do papel de Moscou na crise da Ucrânia. Forças separatistas pró-Rússia tomaram grande parte do leste ucraniano após os russos terem anexado a Crimeia em 2014, um território que pertencia à Ucrânia.

A União Europeia e os EUA impuseram sanções econômicas contra a Rússia.

Mas Washington e Moscou ainda estão ligados ao Tratado de Reduções de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), de 2010, que limita a mobilização de ogivas nucleares em 1.550 para cada um e o número de lançadores nucleares estratégicos para 800 até 2018.

"Mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais capazes de superar até mesmo os mais tecnicamente avançados sistemas de defesa antimísseis serão acrescentados à composição do arsenal nuclear neste ano", disse Putin ao lado de oficiais militares, em discurso durante uma feira de armamentos em Moscou.

Os mísseis têm um alcance mínimo de mais de 5.500 quilômetros. Putin não deu mais detalhes sobre os mísseis.

Responder rapidamente às observações de Putin, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusou a Rússia de fazer ameaças injustificadas e alertou que a medida era "desestabilizadora e perigosa".

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