O presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz um discurso durante uma recepção festiva da cúpula do BRICS em Kazan em 23 de outubro de 2024 (Alexander NEMENOV/EFE)
Agência de Notícias
Publicado em 24 de outubro de 2024 às 10h06.
Última atualização em 24 de outubro de 2024 às 10h14.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, abriu nesta quinta-feira a reunião do Brics com os países do Sul Global com um apelo pelo fim da violência no Oriente Médio e alertou sobre o perigo de uma guerra em grande escala.
"As ações militares que eclodiram há um ano na Faixa de Gaza se espalharam para o Líbano, o nível de confronto entre Israel e o Irã também aumentou dramaticamente. Tudo isso lembra uma reação em cadeia e coloca o Oriente Médio à beira de uma guerra em grande escala", declarou em seu discurso na cidade russa de Kazan.
Putin estimou o número de mortos na Faixa de Gaza em mais de 40.000, "a maioria civis", e pediu a reparação da injustiça histórica sofrida pelo povo palestino, que ele considera "a garantia da paz" no Oriente Médio.
O que esperar da cúpula dos Brics que começa nesta terça na Rússia"A principal exigência para a restauração da paz e da estabilidade nos territórios palestinos é a fórmula de dois Estados aprovada pelas resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU", opinou.
O governante russo advertiu que, até que a questão do Estado palestino seja decidida, "o círculo vicioso da violência não pode ser quebrado: as pessoas continuarão a viver em uma atmosfera de crise permanente e inevitáveis surtos de violência em larga escala".
Sobre a Ucrânia, o chefe do Kremlin denunciou que o país vizinho está sendo usado para criar "ameaças críticas à segurança da Rússia".
Putin também pediu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU para integrar países africanos, asiáticos e latino-americanos diante do secretário-geral da ONU, António Guterres, que também participa da reunião.
A reunião desta quinta-feira conta com a participação dos líderes dos países integrantes do Brics e de representantes de países que aspiram à adesão e de outros Estados vizinhos, incluindo Venezuela e Bolívia.