Integrantes da banda Pussy Riot, Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova, durante conferência de imprensa em Berlim, na Alemanha (Tobias Schwarz/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 16h52.
Berlim - Duas integrantes da banda punk de protesto Pussy Riot acusaram a Rússia nesta segunda-feira de obstruir sua campanha para melhorar as condições nas prisões russas e pediram monitoramento internacional.
Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova, que foram libertadas da prisão em dezembro sob uma anistia, também disseram que podem considerar uma intensificação de seu ativismo político concorrendo na eleição para o governo da cidade de Moscou.
As mulheres cumpriram 21 meses de uma sentença de dois anos de prisão por terem realizado um protesto com "oração punk" contra o presidente russo, Vladimir Putin, na principal catedral ortodoxa russa de Moscou.
Elas disseram que agora querem se dedicar a ajudar a população carcerária da Rússia, incluindo os presos por protestarem contra Putin e seu governo, mas se queixaram, durante uma visita a Berlim, dos obstáculos colocados em seu caminho.
"O governo recusou nosso pedido para registrar (nossa organização), 'Zona da Lei'", afirmou Tolokonnikova em entrevista coletiva em Berlim, onde um documentário sobre a Pussy Riot seria exibido na segunda-feira à noite.
"Pressão também está sendo exercida sobre as pessoas (que nos apoiam)", disse ela, acrescentando que seu advogado estava sob vigilância e outros apoiadores foram interrogados pela polícia e ameaçados com "mais problemas".
"O objetivo da nossa organização é fazer com que as administrações prisionais saibam que não podem apenas tratar os prisioneiros como eles querem com impunidade", disse ela.
Questionadas se podem considerar concorrer a um cargo político, Tolokonnikova disse: "Poderíamos pensar sobre o governo da cidade de Moscou... Sim, acho que vamos tentar." (Reportagem de Gareth Jones)