Carles Puigdemont: ex-presidente está há semanas instalado em Bruxelas (Yves Herman/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 12h16.
Barcelona - O ex-presidente da região da Catalunha, Carles Puigdemont, procurado pela Justiça espanhola por rebelião e insurreição, disse nesta terça-feira estar disposto a "correr o risco" de voltar à Espanha para tomar posse novamente após as eleições autônomas de 21 de dezembro.
Puigdemont, que está há semanas instalado em Bruxelas, é alvo de uma ordem de detenção do Tribunal Supremo espanhol por impulsionar um processo independentista, motivo pelo qual foi destituído pelo governo espanhol após uma declaração ilegal de independência do parlamento catalão em 27 de outubro.
Em entrevista coletiva por videoconferência da capital belga, Puigdemont expressou sua confiança em que "os votos pesem mais que as algemas", já que é candidato nos pleitos da próxima semana à frente de uma lista com alguns dos seus ex-conselheiros, também destituídos, e personalidades da sociedade civil.
Puigdemont ressaltou que as urnas de 21 de dezembro devem servir para restituir o Executivo anterior, que ele dirigia com presença de dirigentes do ERC - republicanos de esquerda - cujo líder, Oriol Junqueras, está em prisão provisória pelos mesmos crimes atribuídos ao ex-presidente.
Apesar de o ERC afirmar que seu candidato à presidência é Junqueras, Puigdemont assegurou que não existe "nenhuma discrepância" com esse partido na intenção de "querer manter o governo (catalão) ilegitimamente e ilegalmente destituído" pelas medidas constitucionais aplicadas pelo Executivo espanhol.
Nesse sentido, ressaltou que sem "nenhuma dúvida" irá à Catalunha "se a decisão dos catalães for de que eu tome posse como presidente".
Dias atrás Puigdemont descartou voltar à Espanha para a campanha eleitoral, mas abriu a porta a essa possibilidade para recolher sua ata de deputado autónomo.
Hoje, no entanto, disse que gostaria de voltar antes do dia 21 para poder votar, mas esclareceu que isso está condicionado à sua ordem de detenção.
Na semana passada o juiz do Supremo que instrui sua causa manteve a ordem de detenção se voltar a pisar na Espanha, mas deixou sem efeito a ordem internacional, razão pela qual Puigdemont já não tem relação com a Justiça belga.