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Puigdemont critica governo espanhol em 1ª mensagem após ser solto

O presidente catarão destituído se referiu ao país como "um Estado afastado da prática democrática"

Carles Puigdemont: o político também enviou uma mensagem de apoio aos companheiros "injustamente detidos" (Yves Herman/Reuters)

Carles Puigdemont: o político também enviou uma mensagem de apoio aos companheiros "injustamente detidos" (Yves Herman/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 10h00.

O presidente catalão destituído, Carles Puigdemont, criticou o governo da Espanha nesta segunda-feira, "um Estado afastado da prática democrática", em sua primeira mensagem após ser posto em liberdade condicional na Bélgica.

"Em liberdade e sem fiança. Nosso pensamento está com os companheiros injustamente detidos por um Estado afastado da prática democrática", tuitou Puigdemont.

O político catalão e outros quatro membros de seu governo se entregaram às autoridades belgas no domingo, depois que a Justiça espanhola emitiu uma ordem europeia de busca e detenção para prendê-los após a declaração de independência nessa região do nordeste da Espanha.

À noite, um juiz de instrução belga decidiu conceder liberdade condicional para os cinco à espera de que a Justiça desse reino europeu se pronuncie sobre a execução da ordem europeia de detenção, nos próximos 15 dias.

Enquanto isso, Puigdemont e seus conselheiros estão proibidos de sair da Bélgica sem autorização judicial, devem comunicar um endereço fixo e obedecer a todas as convocações da Justiça e da Polícia, explicou o Ministério Público.

Na Espanha, oito dos 14 membros do governo de Puigdemont, que compareceram à Justiça em Madri investigados por "rebelião", "sedição" e "malversação", foram presos. Outro, que havia renunciado ao cargo se opondo a uma declaração unilateral, ficou em liberdade sob fiança.

Com a ida de Puigdemont para Bruxelas, a crise na Espanha chegou ao governo da Bélgica. O ministro belga do Interior, o nacionalista flamengo Jan Jambon, criticou ontem as atuações do Executivo espanhol de Mariano Rajoy.

"Mas o que fizeram de errado [os líderes separatistas]? Apenas executaram o mandato que receberam dos eleitores", disse Jambon em entrevista à rede de televisão flamenga VTM, acrescentando que, se fosse "na Hungria e na Polônia", a UE teria reagido de maneira "muito diferente".

O ministro belga das Relações Exteriores, o francófono valão Didier Reynders, criticou as declarações de seu companheiro no governo de coalizão, pedindo-lhe que "deixe a Justiça trabalhar" e que pare de acreditar "que poderá influir no que acontece na Espanha".

"É preciso deixar a Justiça belga e a Justiça espanhola fazerem seu trabalho", indicou Reynders, alegando que "este é um caso que diz respeito, sobretudo, à Espanha".

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