Com relação às eleições na capital, a liderança nas pesquisas do candidato José Serra é um assunto que vem sendo bastante discutido pelo partido (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2012 às 22h57.
São Paulo - Apesar de contar com um candidato líder nas pesquisas de intenção de voto e com experiência em cargos do executivo municipal e estadual, o PSDB encara a corrida para a Prefeitura de São Paulo como um grande desafio para a legenda. Por essa razão, a mobilização para este pleito envolve não apenas o comando de campanha do candidato José Serra, mas também toda a direção da sigla.
Em resposta às alegações de que o partido vem se fragilizando por não atuar unido, o secretário-geral do PSDB paulista, César Gontijo, avisa: "Saímos do processo de prévias (que definiu o nome de Serra) mais unidos e temos a nosso favor estatísticas que mostram que nosso partido é o mais votado em São Paulo e vamos atuar em sintonia para eleger o Serra."
Ao falar dessas estatísticas, o secretário-geral informa que nas eleições municipais passadas, em 2008, o PSDB disputou o pleito no Estado de São Paulo com 418 candidaturas próprias e elegeu 205 prefeitos, já o maior adversário da legenda, o Partido dos Trabalhadores (PT), disputou o pleito com 211 candidaturas próprias e elegeu apenas 60 administradores municipais.
Apesar dos números favoráveis, Gontijo destaca que a meta dos tucanos para essas eleições "é menos quantitativa e mais qualitativa". Ou seja, a ideia é ampliar o número de prefeituras administradas pelo PSDB nas grandes cidades. "Queremos eleger, pelo menos, 30% dos prefeitos nos 100 maiores municípios do Estado", reitera. E cita que, dentre essas cidades, estão Guarulhos, Osasco, Diadema e Suzano, além da própria Capital. A estratégia também leva em conta as eleições gerais de 2014, onde os tucanos encaram o desafio de reconquistar a Presidência da República.
Com relação às eleições na capital, a liderança nas pesquisas do candidato José Serra é um assunto que vem sendo bastante discutido pelo partido e, em vez de ser encarado como um fator de tranquilidade, é motivo para a legenda discutir caminhos de se firmar junto ao eleitorado, informa Gontijo. "Temos de mostrar que nossa legenda tem a marca da gestão eficiente e, além disso, usar a tecnologia para se aproximar das bases. Isso vale não só para as eleições na Capital, mas em todas as cidades do Estado."
Sindical
A criação do Núcleo Sindical também é uma aposta dos tucanos na estratégia de mostrar que o PSDB está atuando unido e em estreita sintonia com a classe trabalhadora.
"Não somos o que nossos críticos querem pregar, um partido de elite. Muito pelo contrário, estamos em sintonia com as bases", destaca Gontijo.
Para César Gontijo, as prévias tucanas realizadas na Capital foi um sinal de oxigenação da sigla. E faz uma alusão à escolha do pré-candidato do PT, Fernando Haddad.
"Este foi um nome imposto por um cacique do partido (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), ao contrário do nosso (pré) candidato, que foi escolhido pelos correligionários no processo de eleição interna". E ironiza: "Depois dizem que somos um partido de elite, que estamos longe de nossas bases." Para o secretário-geral, o PSDB não é partido de uma só pessoa, ou uma legenda de 'donos'. E reitera: "Somos um partido plural, que respeita sua base e isso vai ficar evidente nesta campanha."