Mundo

Próximo presidente terá liberdade com obras do PAC

Apesar de o orçamento ter sido aprovado na gestão do presidente Lula, relatório mostra que quem for eleito terá autonomia quanto ao programa

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Mesmo com o encargo de administrar um orçamento aprovado ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o próximo presidente que toma possa em 1º de janeiro de 2011 terá praticamente total liberdade para definir que projetos e obras constarão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A avaliação faz parte de uma análise preliminar da Consultoria de Orçamento do Senado dos 29 vetos presidenciais ao texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso, e outros 603 dispositivos ao Anexo de Metas e Prioridades.

Na próxima semana, a consultoria deve divulgar uma nota técnica detalhada sobre os reflexos dos vetos. Essa flexibilidade na administração do PAC deve-se ao fato de, segundo os consultores do Senado, com os vetos, o Artigo 4º da lei manter apenas o conceito de que as ações do PAC serão prioritárias.

"Podemos concluir que o próximo governo terá ampla discricionariedade para chancelar o que é e o que não é PAC. A ausência de especificação das ações do PAC no Anexo de Metas e Prioridades, devido ao veto presidencial, proporciona ao próximo governo definir as ações que devem ser carimbadas com a expressão PAC", informa o texto da avaliação preliminar dos consultores de orçamento.

Cabe lembrar que ao encaminhar o projeto de lei ao Congresso, no primeiro semestre, o Executivo não elaborou esse anexo de metas. O anexo foi feito pelos senadores e deputados da Comissão Mista de Orçamento a partir de emendas parlamentares acatadas pelo relator Tião Viana (PT-AC).

Na análise, os técnicos destacam que o governo desconsiderou a maior parte das emendas coletivas aprovadas pelo Congresso. O argumento para os vetos foi de que nem sempre é possível incluir no orçamento todas as ações relacionadas como metas e prioridades. Na justificativa, o governo afirmou ainda que, ao abordar novas ações no anexo, os parlamentares não observaram a possibilidade de financiamento.

Assim, os consultores consideram improcedentes os argumentos governamentais. Eles se respaldam no Artigo 4º que "solicita apenas que o Poder Executivo justifique o atendimento de outras despesas em detrimento das aprovadas no Anexo de Metas e Prioridades".


Outro ponto destacado pelos técnicos do Senado diz respeito a um novo dispositivo para a criação das Zonas de Processamento de Exportação (ZPE). A proposta aprovada pelo legislativo previa como prioritárias as ações referentes ao apoio à infraestrutura das áreas externas de ZPEs, envolvendo a instalação de vias de transporte para acesso, fornecimento de água e luz, provimento de saneamento básico e de rede de fibras óticas.

O Poder Executivo vetou a sugestão por considerar que infraestrutura das áreas externas das ZPEs é de competência dos proponentes, sendo a comprovação de disponibilidade financeira, de infraestrutura e de serviços, requisito para a aprovação do projeto e, consequentemente, à sua criação.

Para os técnicos do Senado, o argumento não procede. "A menos que não se tenha vontade política, nada impediria que o governo federal considerasse como prioritários os investimentos em ações de apoio às áreas de acessos externas às ZPEs, e atuasse em parceria com seus proponentes, mesmo porque o governo federal tem sido um dos entes federativos mais interessados em aumentar o volume de exportação do país", informa o documento preliminar.

Os consultores avaliam, também, que essas ações passam a ser prioritárias pelo fato de as ZPEs serem instaladas, em grande parte, em regiões menos favorecidas economicamente e onde estados e municípios não dispõem de recursos fiscais suficientes para a completa instalação das áreas.

Outro veto "discutível" na avaliação dos técnicos é o que disciplinava que os crescimento percentual dos investimentos públicos fosse maior que o crescimento das despesas correntes discricionárias. Esse mecanismo, segundo o texto, "visa a inibir o aumento desnecessário dos gastos com a manutenção da máquina pública".

A justificativa do Executivo para esse veto é que a medida "merece avaliação cuja complexidade não pode se reduzir à comparação entre os níveis de gastos correntes e de investimentos".

Leia mais notícias sobre o PAC

Siga as notícias do site EXAME sobre Eleições 2010 no Twitter


Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2010GovernoPAC – Programa de Aceleração do CrescimentoPolítica no Brasil

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru