Mundo

Provisão de água em Havana está em estado crítico, segundo 'Granma'

Mais de 100 mil pessoas estão dependendo de carros-pipa para receber serviço

A capital de Cuba, Havana: seca e aqueduto antigo deixam população sem água (Wikimedia Commons)

A capital de Cuba, Havana: seca e aqueduto antigo deixam população sem água (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 15h49.

Havana - A provisão de água potável em Havana está na situação mais crítica dos últimos 50 anos, com mais de 100 mil pessoas dependentes de carros-pipa para receber o serviço e as fontes de abastecimento a ponto de entrar em colapso.

O jornal oficial "Granma", que atua como porta-voz do Partido Comunista, informou nesta sexta-feira que a capital cubana tem atualmente "a situação mais crítica do último meio século" quanto à disponibilidade de água, prejudicada pelo fato de registrar 70% de perda do líquido no trajeto até os consumidores.

Segundo dados do Instituto de Recursos Hídricos, quase a metade da população de Havana, onde vivem mais de dois milhões de habitantes, já sofre sérias interrupções no abastecimento de água.

O órgão acrescenta que aproximadamente 111 mil pessoas só podem receber água permanentemente mediante carros-pipa.

O "Granma" indica que existe uma queda "notável" nos volumes acumulados em fontes subterrâneas e superficiais devido à seca dos últimos dois anos e ao mau funcionamento de um aqueduto "deteriorado pelo tempo".

A publicação destaca o estado crítico das fontes de abastecimento e indica que duas das represas localizadas ao leste de Havana estão "quase secas" e uma terceira só tem água disponível para 138 dias.

"De maneira mais solapada que os furacões, esta seca, unida ao mal estado de quase 70% das redes e outros problemas de infraestrutura, também prejudica a economia do país", ressalta o "Granma".

O jornal insiste na importância de frear o desperdício e aponta que entre os locais que mais gastam estão instituições estatais como o Palácio de Convenções, a Universidade das Ciências Informáticas, e as escolas nacionais dos Comitês de Defesa da Revolução e da Central de Trabalhadores de Cuba.

"Pela gravidade do problema, se avalia a possibilidade de cortar o serviço daqueles que ultrapassarem o consumo planificado", adverte o "Granma", que insiste que será preciso reduzir o consumo no setor estatal e "sensibilizar" a população.

Para atenuar a situação, o Governo prevê construir vários canais para melhorar o fornecimento de água, instalar válvulas, perfurar poços, reabilitar as redes em mal estado e corrigir falhas no sistema de distribuição.

Nos últimos meses o Governo vem advertindo a população sobre a crítica situação que todo o país enfrenta com a água potável devido à seca e aos problemas de infraestrutura do sistema hídrico.

A atual falta de chuvas começou em novembro de 2008 e se intensificou ao longo de 2009, classificado como o quarto mais seco dos últimos 109 anos.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaAmérica LatinaGestão pública

Mais de Mundo

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas