Síria: além de Idlib, Aleppo, Hama e Latakia permanecem fora do controle do regime Assad (Anadolu Agency/Getty Images)
AFP
Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 11h26.
Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 11h26.
Os extremistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço sírio da Al-Qaeda, assinaram uma trégua com os grupos rebeldes apoiados pela Turquia e, com isso, assumirão o controle total da província de Idlib (noroeste) - informou o órgão de propaganda do grupo.
O acordo põe fim a vários dias de confrontos letais entre o HTS e os rebeldes, em particular da Frente Nacional de Libertação (FNL), uma coalizão apoiada pela Turquia.
Localizada no noroeste da Síria em guerra, a província de Idlib, bem como partes das províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia, permanecem fora do controle do regime de Bashar al-Assad e abrigam um grande número de grupos rebeldes e jihadistas.
Nos últimos dias, os jihadistas lançaram um ataque contra facções rebeldes - que deixou mais de 130 mortos - e assumiram o controle de cerca de 50 aldeias, especialmente na província ocidental de Aleppo, um setor que caiu completamente nas mãos do HTS.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido e com uma ampla rede de fontes na Síria, o acordo desta quinta-feira faz com que a província de Idlib passe inteiramente sob o controle administrativo do HTS.
Outros grupos jihadistas como al Din e o Partido Islâmico do Turquestão (TIP) também estão presentes na região de Idlib, mas são aliados do STH, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Em 17 de setembro de 2018, Moscou e Ancara concluíram um acordo sobre a criação de uma "zona desmilitarizada" na província de Idlib e seus arredores.
Esta iniciativa prevê a criação de uma zona de separação que divide os setores rebeldes das regiões governamentais adjacentes, evitando assim uma grande ofensiva do regime sírio e do seu aliado russo.
No entanto, este acordo só foi parcialmente respeitado porque os jihadistas se recusaram a se retirar da área de separação.
A guerra na Síria começou em 2011, depois que o regime de Bashar al-Assad reprimiu os protestos pró-democracia.
Ao longo dos anos, tornou-se mais complexo com a participação de grupos jihadistas e potências estrangeiras em um conflito que deixou mais de 360.000 mortos até o momento.