Conflito no Cairo: Vários estudantes tentaram impedir o acesso a outros jovens que tentavam chegar ao campus universitário para realizar as provas (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2013 às 09h46.
Cairo - As forças de segurança detiveram 60 estudantes islamitas neste sábado após as manifestações na universidade de Al-Azhar, no Cairo, no segundo dia da chamada "semana da ira", informou à Agência Efe o porta-voz do Ministério do Interior, Hani Abdelatif.
A Irmandade Muçulmana denunciou que os confrontos com as forças de segurança que se seguiram aos protestos deixaram um morto e dezenas de feridos, segundo disse à Efe o porta-voz da confraria, Mustafa al-Khatib, o que o Ministério do Interior negou.
Vários estudantes tentaram impedir o acesso a outros jovens que tentavam chegar ao campus universitário para realizar as provas, que começaram hoje, informou o Ministério.
"A universidade está sob controle das forças de segurança e as provas puderam começar sem problema", disse Abdelatif.
Outras 16 pessoas foram detidas também hoje na província de Al Manufiya, por atacar várias delegacias de polícia e incitar manifestações e cometer conflitos e violência, segundo um comunicado do Ministério do Interior.
Os protestos de hoje se emolduram no segundo dia da chamada "semana da ira", que começou ontem e foi convocada pela Coalizão para a Defesa da Legitimidade - que engloba a Irmandade Muçulmana e outros grupos afins - dois dias depois que a confraria foi declarada pelo governo egípcio "grupo terrorista".
De acordo com um comunicado da Comissão, a "semana da ira" tem como objetivo denunciar "as agressões contra as mulheres manifestantes e os detidos islamitas, assim como o congelamento das associações vinculadas com a confraria".
Como resultado dos protestos de ontem, cinco pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas durante as manifestações realizadas em todo o país, que também acabaram com 265 detidos.
Durante esses protestos, três pessoas morreram no Cairo, em Menia e em Damieta e outras duas morreram nas últimas horas, como consequência da gravidade de seus ferimentos, uma em Menia e outra em Assuã, informou hoje a agência oficial de notícias, "Mena".
As manifestações se produzem três dias depois que o governo egípcio qualificou como "grupo terrorista" aos Irmandade Muçulmana, o que criminaliza a pertinência a esse grupo e a participação em seus protestos.
A decisão governamental ofereceu a justificativa jurídica às autoridades para congelar as atividades de mais de mil associações de caridade por sua suposta vinculação com a Irmandade.