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Protestos violentos da extrema direita deixam Reino Unido sob pressão

O governo de Keir Starmer tenta convencer a população de sua capacidade de conter os violentos protestos estimulados pela extrema direita após mais um dia de confrontos em várias cidades, com quase 100 detenções

Um mês após assumir o cargo, Starmer enfrenta sua primeira crise (HENRY NICHOLLS/AFP)

Um mês após assumir o cargo, Starmer enfrenta sua primeira crise (HENRY NICHOLLS/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 4 de agosto de 2024 às 11h01.

Última atualização em 4 de agosto de 2024 às 11h07.

O governo trabalhista de Keir Starmer tenta convencer a população de sua capacidade de conter os violentos protestos estimulados pela extrema direita, após mais um dia de confrontos em várias cidades no sábado, com quase 100 detenções.

Neste domingo, o governo alertou que não vai tolerar tumultos. Eles começaram depois que rumores sobre a nacionalidade e a religião do suposto agressor que matou três meninas na segunda-feira na cidade de Southport, no noroeste da Inglaterra, viralizaram nas redes sociais, disseminados por influenciadores de extrema direita.

As manifestações terminaram em confusão e violência em várias cidades no sábado, especialmente em Liverpool (noroeste), Hull (nordeste), Belfast (Irlanda do Norte) e Leeds (norte).

Houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, assim como com os contra-manifestantes mobilizados por associações antirracistas.

Vários policiais ficaram feridos, segundo as forças de segurança.

As forças policiais anunciaram neste domingo que mais de 90 pessoas foram detidas, 23 em Liverpool, 20 em Hull, 20 em Blackpool (noroeste) e 14 em Bristol (sudoeste). Mais manifestações estão planejadas para hoje.

Este é o terceiro dia de violência depois que tumultos eclodiram em Sunderland (nordeste) na sexta-feira, em várias cidades, incluindo Londres, na quarta-feira, e em Southport na terça-feira, um dia após o ataque com faca.

O país não registrava um surto de violência semelhante desde 2011, após a morte de um jovem, Mark Duggan, pela polícia no norte de Londres, segundo a imprensa britânica.

O que está acontecendo no Reino Unido?

"Os distúrbios não serão tolerados. Haverá sanções e consequências", declarou neste domingo a ministra da Polícia do governo, Diana Johnson, ao canal BBC News.

As manifestações aconteceram em várias cidades no sábado, quando os manifestantes anti-imigração enfrentaram pessoas que criticavam seus protestos.

Em alguns casos, os manifestantes atiraram tijolos, garrafas e sinalizadores contra os policiais - vários agentes ficaram feridos - e gritaram ofensas contra o islã.

As manifestações foram convocadas em resposta à morte a facadas de três meninas em Southport na segunda-feira. Após o crime circularam rumores e informações falsas sobre a religião e a identidade do suposto agressor, Axel Rudakubana, um adolescente de 17 anos.

'Já é suficiente'

Um mês após assumir o cargo, Starmer enfrenta sua primeira crise, em uma questão particularmente sensível, já que, durante a campanha, os conservadores acusaram os trabalhistas de serem negligentes em relação à segurança e à imigração.

Desde segunda-feira, ele vem multiplicando mensagens de firmeza e garantias de apoio às forças policiais contra o que ele descreve como "ódio da extrema direita", acusando os manifestantes de serem "bandidos".

Após uma reunião de emergência com seus principais ministros no sábado, ele advertiu que o governo apoiaria a polícia na tomada de "todas as medidas necessárias para manter as ruas seguras".

Questionada sobre a possibilidade de usar as Forças Armadas, Diana Johnson, a ministra responsável pelo policiamento, disse à BBC no domingo que a polícia "tem todos os recursos de que precisa".

As manifestações, organizadas sob o slogan "Enough is Enough" (Já é suficiente, em tradução literal), gritavam slogans anti-imigração e islamofóbicos enquanto agitavam bandeiras britânicas.

Embora a condenação da violência seja unânime, as críticas ao governo estão começando a surgir.

A ex-secretária do Interior do Partido Conservador Priti Patel afirmou que o governo "corre o risco de parecer estar envolvido nos eventos, em vez de manter o controle".

"Nas últimas duas semanas, sob o comando dos trabalhistas, tivemos ataques a faca contra pessoas inocentes, brigas de rua com facões, tumultos e violência em manifestações", afirmou o partido anti-imigração Reform UK no X, acusando os trabalhistas de serem "negligentes com os criminosos".

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