Protesto: após os atentados de 2015 em Paris, as forças de segurança e os serviços de inteligência mobilizaram todos os seus meios para evitar um novo ataque (Jean-Paul Pelissier / Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2016 às 10h40.
Os protestos e as greves seguiam nesta quarta-feira na França, a dois dias do início da Eurocopa, com a ameaça de uma nova greve, que pode deixar as ruas de Paris cheias de lixo.
A partida França-Romênia inaugura na noite de sexta-feira a competição, um evento que será visto por milhões de telespectadores em todo o mundo.
As autoridades preveem oito milhões de espectadores, dois milhões deles estrangeiros, nos estádios da competição.
Após os atentados jihadistas de janeiro e novembro de 2015 em Paris, as forças de segurança e os serviços de inteligência mobilizaram todos os seus meios para evitar um ataque.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha expressaram seu temor de que os estádios, as "fan zones" (zonas ao ar livre onde as pessoas acompanham as partidas em telões) e os transportes públicos se tornem alvos terroristas.
Mas até o momento a principal preocupação do governo são os movimentos sociais, com greves nos trens, manifestações e um protesto dos lixeiros da região de Paris que pode afetar o recolhimento de lixo na capital.
Nesta quarta-feira os três principais centros de tratamento de lixo dos arredores de Paris voltaram a ficar bloqueados pelos manifestantes pelo décimo dia consecutivo.
A consequência é que nas ruas de Paris já começam a ser observadas montanhas de lixo, uma imagem desastrosa para a França a poucas horas da Eurocopa.
Por sua vez, prossegue o conflito na SNCF, a companhia ferroviária pública, por uma questão de organização do tempo de trabalho. A circulação de trens seguia perturbada nesta quarta-feira, com os trens que conectam Paris aos arredores lotados.
Depois de longas negociações e da decisão do governo de voltar atrás nas mudanças que propunha, existe um projeto de acordo, mas que ainda precisa ser assinado pelos sindicatos.
Por enquanto os apelos do presidente socialista François Hollande e de seu primeiro-ministro, Manuel Valls, para colocar fim a esta greve não tiveram efeito.
Também no setor dos transportes seguem as negociações na Air France para tentar evitar uma greve convocada entre 11 e 14 de junho por questões salariais.
Paralelamente prosseguem os protestos contra um projeto de reforma trabalhista do governo, que nos últimos três meses levou milhares de pessoas a protestar e que desencadeou greves nos setores do petróleo, da energia e dos portos, entre outros.
O sindicato CGT, líder do protesto, anunciou que seguirá adiante com suas reivindicações e convocou novas manifestações para esta quarta e quinta-feira, e outra nacional em 14 de junho.
Nos últimos dias a França também foi afetada por inundações que deixaram cinco mortos e por tempestades que nesta quarta-feira seguiam ativas no norte do país.