Protestos no Egito: há uma semana, manifestantes tiraram do poder Hosni Mubarak (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 05h30.
Cairo - Pelo menos quatro pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas nesta quinta-feira quando a Polícia e o Exército do Barein investiram contra milhares de manifestantes reunidos no centro da capital Manama para pedir reformas políticas e melhorias econômicas, informou uma ONG.
O presidente da Associação da Juventude do Barein para os Direitos Humanos, Mohammed al-Maskati, assegurou à Agência Efe que as forças de segurança empregaram munição real além de balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que se concentram na praça Lulu (Pérola, em árabe) há duas noites.
Maskati identificou as duas últimas vítimas como Hussein Alzayed e Aisa Abdelhasan.
Abdelhasan morreu por volta das 9h30 da hora local (4h30 de Brasília) após ser baleado na cabeça quando soldados do Exército dispararam contra os manifestantes.
As forças antidistúrbios intervieram às 3h, segundo Maskati, que explicou que as duas primeiras pessoas morreram como consequência da primeira ação policial contra os protestos.
Além disso, disse que em torno de três a quatro mil pessoas se encontravam na praça, que fica em Manama, no momento em que as forças de segurança investiram contra os participantes.
Mascati acrescentou que forças do Exército tomaram parte nas operações por volta das 7h.
Como consequência dos ataques, Maskati assegurou que há mais de 100 feridos em hospitais.
"Esta é a primeira vez que militares são usados para atacar o povo, não sei o que acontecerá. A cada três minutos me informam de que há um novo ferido ou um novo morto", disse.
Segundo testemunhas citados pela emissora "Al Jazira", cerca de 60 tanques estão se dirigindo para a praça de Lulu.
Desde o início dos protestos no Barein, em 14 de fevereiro, já são seis as pessoas mortas.
A revolta popular conta com uma participação sem precedentes no país, um arquipélago com uma superfície de apenas 727 quilômetros quadrados no qual vivem pouco mais de um milhão de pessoas, metade delas estrangeiros.