Manifestante durante um protesto pela morte de Michael Brown, em Ferguson (Joshua Lott/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 21h16.
Ferguson - O enterro do jovem negro desarmado cuja morte por um policial do Missouri desencadeou uma semana de conflitos de contornos raciais na cidade norte-americana de Ferguson, na região de St. Louis, foi anunciado nesta terça-feira.
A violência rendeu manchetes em todo o mundo, levando a um questionamento sobre o relacionamento interracial nos Estados Unido quase seis anos depois de o país eleger seu primeiro presidente negro.
Enquanto os advogados da família de Michael Brown, de 18 anos, anunciavam os planos de seu funeral, parlamentares dos EUA pediam calma e mudanças nas táticas policiais, que até agora não conseguiram apaziguar a revolta dos manifestantes.
A polícia afirmou que foi vítima de tiros de segunda-feira para terça-feira e que prendeu dezenas de pessoas, apesar da mobilização da Guarda Nacional do Estado do Missouri e da suspensão do toque de recolher para permitir a livre manifestação.
Houve pelo menos 57 prisões na noite de segunda-feira e início da terça-feira, a maioria por desacato a ordens para se dispersar, de acordo com o Centro de Serviços de Justiça do Condado de St. Louis, que afirmou que 15 dos detidos não são do Missouri.
“As pessoas que estão vandalizando e saqueando não são as que vivem nesta área. Elas vêm aqui e esperam a ação começar”, disse Arlando Travis, de 38 anos, dono de uma empresa local de paisagismo.
“Fizemos um policiamento ostensivo durante alguns dias, e depois muito pouco”, declarou Claire McCaskill, senadora democrata do Missouri a caminho de Ferguson nesta terça-feira, ao canal de TV a cabo MSNBC.
Ela disse estar trabalhando com líderes locais em novos métodos, como revistas em busca de armas e a transferência de protestos para longe do distrito comercial.
Na segunda-feira, o presidente Barack Obama declarou ter dito ao governador do Missouri, Jay Nixon, que o emprego da Guarda Nacional deve ser limitado, e também clamou pela conciliação. O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, planeja visitar Ferguson na quarta-feira.
As tensões começaram no dia 9 de agosto, quando Brown foi morto a tiros enquanto caminhava com um amigo em uma rua residencial. A polícia se recusou a divulgar de imediato o nome do policial que o matou e mais tarde o identificou como Darren Wilson, mas não deu detalhes do motivo de ele ter disparado vários tiros em Brown.