"Eles tiveram um ano para se preparar e não fizeram nada" (Cesar Olmedo/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de março de 2021 às 11h34.
Milhares de paraguaios se reuniram ao redor do Congresso no centro de Assunção na segunda-feira, o quarto dia de protestos em meio a clamores pelo impeachment do presidente Mario Abdo, devido à reação do governo à crise de saúde da Covid-19.
Os manifestantes, muitos usando camisas de times de futebol e portando bandeiras do país, bradavam "Fora, Marito" e "Saiam todos", criticando as autoridades pela falta de remédios e leitos de tratamento intensivo durante uma disparada de casos de coronavírus.
"Nos hospitais não há seringas, não há leitos", disse um jovem que se identificou como Dudu Dávalos à televisão local depois de partir da cidade de Hernandarias, 340 quilômetros ao leste da capital.
"Eles tiveram um ano para se preparar e não fizeram nada".
Na sexta-feira, um protesto se tornou uma batalha campal depois que a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha. No sábado e no domingo, manifestações menos intensas migraram para a área próxima da residência presidencial em um bairro afluente de Assunção.
Manifestantes e alguns parlamentares pediram o impeachment de Abdo. Ele ainda parece ter apoio suficiente para resistir a qualquer contestação, mas foi obrigado a realizar uma reforma ministerial "no interesse da pacificação".
Ainda na segunda-feira, ele nomeou um novo chefe de gabinete e confirmou o doutor Julio Borba como seu novo ministro da Saúde.
Um julgamento de impeachment só avançaria com o apoio de um grupo liderado pelo ex-presidente Horacio Cartes dentro do governista Partido Colorado.