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Protestos na Venezuela inspiram arte de gás lacrimogêneo

Tubos de gás lacrimogêneo estão sendo transformados em esculturas em uma competição para dar um pouco de arte aos tumultos antigoverno

Pessoas fogem de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Pessoas fogem de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 16h48.

Caracas - Os tubos de gás lacrimogêneo disparados aos milhares nas ruas de Caracas estão sendo transformados em esculturas em uma competição que tenta dar um viés artístico aos tumultos antigoverno neste ano na Venezuela.

O distrito de Chacao, reduto da oposição e cenário de embates violentos entre manifestantes e forças de segurança na capital, está convidando moradores a inscrever suas criações baseadas em tubos de gás usados encontrados nas ruas até o fim deste mês.

“Esta iniciativa procura converter instrumentos de repressão em uma ferramenta de protestos pacíficos", diz o convite do conselho, que traz uma foto de uma flor rosa saindo de um tubo de gás lacrimogêneo.

“Este é um símbolo da reação dos moradores da municipalidade de Chacao aos atos desproporcionais e desumanos de repressão que aconteceram em nossas ruas pelas mãos das forças de segurança estatais”, afirma o convite.

Cada distrito de Caracas é governado por um prefeito com autonomia considerável nos assuntos do dia a dia.

Grupos de direitos humanos e oposicionistas do governo socialista do presidente Nicolás Maduro dizem que as tropas da Guarda Nacional usaram força excessiva para sufocar os três meses de manifestações quase diárias que começaram em fevereiro.

As autoridades, entretanto, dizem que os protestos foram uma cortina de fumaça para um plano golpista e insistem que as forças de segurança mostraram grande moderação diante de manifestantes encapuzados que atiravam pedras e coquetéis molotov, com a participação, às vezes, de homens armados.

Pelo menos 42 pessoas morreram e quase 900 ficaram feridas na violência resultante das manifestações, que teve vítimas dos dois lados.

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