Dirigente opositor Alexei Navalni: de acordo com o dirigente opositor, candidato à Prefeitura de Moscou, seu julgamento foi uma montagem do Kremlin para separá-lo da luta política (Sergei Karpukhin/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2013 às 09h02.
Moscou - A polícia russa deteve cerca de 200 pessoas no protesto realizado na noite de ontem no centro de Moscou contra a condenação do dirigente opositor Alexei Navalni, que deverá cumprir cinco anos de prisão por roubo e fraude, informou nesta sexta-feira o Departamento de Segurança da Prefeitura de Moscou.
"O número exato de detidos será oferecido pela Polícia. Trata-se de cerca de 200 pessoas que tentaram bloquear as ruas e não atenderam às chamadas dos agentes policiais", afirmou o chefe desse departamento, Alexei Mayorov, à agência "Interfax".
As forças policiais acrescentaram que atuaram de maneira "impecável", já que "procederam somente contra as ações ilegais de pessoas que realizavam uma manifestação não autorizada". Segundo a oposição, 10 mil pessoas participaram da manifestação em Moscou.
Ações similares também ocorreram em várias cidades russas: São Petersburgo, Saratov, Yekaterimburgo, Cheliabinsk, Magnitogorsk, Pskov, Tomsk, Izhevsk e Novosibirsk, todas elas a favor de Nalvani, um reconhecido blogueiro anticorrupção.
Nas imediações da prisão preventiva de Kirov, cidade que se encontra a 900 quilômetros de Moscou e onde Navalni foi condenado por roubo e fraude, protestos também foram registrados.
De acordo com o dirigente opositor, candidato à Prefeitura de Moscou, seu julgamento foi uma montagem do Kremlin para separá-lo da luta política, tendo em vista que o mesmo denunciou vários casos de corrupção na administração pública e foi um dos organizadores de um dos maiores protestos antigovernamentais desde a queda da URSS em dezembro de 2011.
O dirigente opositor foi declarado preso político pela organização de direitos humanos Memorial.
A sentença em questão também foi criticada pela União Europeia e pelo embaixador dos Estados Unidos, além dos governos alemão e francês, da Anistia Internacional e da Human Rights Watch.