Pesquisas de opinião mostram que a maioria da população grega é favorável à permanência do país na zona do euro (REUTERS/Yannis Behrakis)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2015 às 16h24.
Copenhague - Milhares de pessoas se reúnem neste momento na Praça Syntagma, no centro de Atenas, na chuva, para manifestar apoio à permanência da Grécia na zona do euro.
A marcha, organizada por partidos de oposição e entidades de comércio e indústria, acontece menos de cinco dias antes do referendo que decidirá se a Grécia aceita as condições impostas pelos credores (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para um acordo sobre a dívida grega.
Um dos organizadores da manifestação, o chefe da Câmara de Comércio e Indústria de Atenas, Konstantinos Michalos, disse que as medidas fiscais demandadas pelos credores são duras, mas são conhecidas e podem ser negociadas.
“A alternativa a elas é a catástrofe”, enfatizou ele, se referindo à saída da zona do euro e ao retorno à moeda local, o dracma.
Os manifestantes pedem que os gregos, que vão às urnas no próximo domingo, votem sim à Europa e ao euro, para que as negociações com os líderes da Europa e do FMI sejam retomadas.
Embora pesquisas de opinião mostrem que a maioria da população grega é favorável à permanência do país na zona do euro, uma manifestação contra as medidas de austeridade impostas pelos credores reuniu dezenas de milhares de manifestantes em Atenas ontem (29).
Partidários do “não” no referendo de domingo acreditam que a saída da zona do euro, embora seja uma medida dolorosa, é o preço a ser pago pelo fim da asfixia econômica e da catástrofe social enfrentadas pelo país nos últimos anos.
O ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, confirmou hoje (30) que o referendo será promovido. “O que é mais importante agora é garantir com sobriedade, segurança e harmonia, que a vontade do povo grego seja ouvida no domingo”, afirmou.
Ele informou que logo após o referendo, dependendo do resultado, medidas serão tomadas em busca de uma solução viável para a economia e a sociedade gregas.
“Dizemos sim ao euro, mas precisamos de uma solução viável. O problema é que a proposta dos credores não é viável”, comentou Varoufakis.
O ministro confirmou que a Grécia não deve realizar o reembolso de 1,6 bilhão de euros ao FMI, cujo prazo vence hoje. Também hoje expira o programa de ajuda financeira ao governo grego, que ainda acredita num acordo de última hora.
Mais cedo, em um documento dirigido ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, a Grécia pediu à União Europeia um novo acordo de financiamento de dois anos para salvar o país da crise.