Bruxelas: grupo tinha convocado a manifestação em Molenbeek, distrito que qualificava de "viveiro de extremistas" (Vincent Kessler / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2016 às 13h55.
Bruxelas - As autoridades belgas proibiram nesta quarta-feira a realização de uma manifestação contra o islamismo e a imigração em Molenbeek, o distrito de Bruxelas que ficou famoso por ter sido lugar de parada ou de residência de terroristas e pessoas vinculadas ao extremismo.
O evento, convocado pelo movimento francês de extrema direita "Génération Identitaire" (Geração Identitária), reivindicava um "Molenbeek como antes, com os islamitas fora da Europa" e aconteceria na praça principal do bairro.
A prefeita de Molenbeek, Françoise Schepmans, confirmou a proibição e advertiu que interceptarão os potenciais manifestantes nas estações de metrô da região.
"É preciso estar atentos diante deste tipo de evento", afirmou Schepmans ao jornal "Le Soir".
O movimento "Génération Identitaire" nasceu em 2012 e se define como um "movimento político que une meninos e meninas de toda Europa", que encoraja os jovens a se rebelarem contra "o racismo contra brancos e a lutar por sua identidade".
Este grupo tinha convocado a manifestação em Molenbeek, distrito que qualificava de "viveiro de extremistas".
A organização divulgou uma foto em suas redes sociais em que equipararam a situação em Molenbeek com batalhas históricas entre cristãos e muçulmanos, com uma mensagem que dizia "732 Poitiers, 1571 Lepanto, 2016 Molenbeek" em referência ao ano de cada evento.
Mais de cem radicais de extrema direita interromperam no domingo uma manifestação pacífica de centenas de belgas que foram à Bolsa de Bruxelas para mostrar sua rejeição ao terrorismo após o duplo atentado na capital, o que provocou a intervenção dos agentes antidistúrbios.
"Estamos em nossa casa", diziam os ultras em mensagem que também foram utilizadas pelo "Génération Identitaire" para fazer propaganda do movimento.