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Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2015 às 18h09.
Trípoli - Um confronto armado entre jihadistas ligados ao Estado Islamico (EI) na Líbia e seguidores das milícias islamistas deixou pelo menos sete mortos e cerca 30 feridos nesta sexta-feira na cidade de Derna.
Fontes de segurança disseram à Agência Efe que o enfrentamento ocorreu depois da oração do meio-dia, quando um grupo de cidadãos iniciou um protesto contra a presença de voluntários estrangeiros.
Os manifestantes foram recebidos a tiros ao se aproximarem de uma das bases militares que a filial do EI ocupa em Derna, no leste da Líbia, principal reduto dos jihadistas no país.
"Os feridos tiveram que ser atendidos por médicos vindos de outras localidades porque o 'Daesh' (acrônimo árabe para se referir ao EI) controla o hospital de Hraish e outros locais essenciais para a cidade" disseram as fontes consultadas pela Efe.
Derna e seus arredores são palco desde a última terça-feira entre a filial do EI e milícias islamitas locais, agrupadas sob a tutela do grupo "Majlis al Shura", leal ao governo de Trípoli, considerado rebelde pela comunidade internacional.
De acordo com informações das milícias, pelo menos nove jihadistas morreram nas últimas horas por causa dos combates iniciados na terça-feira após o assassinato de um dos líderes dos "Majlis al Shura".
Fontes de segurança em Benghazi afirmaram que a filial líbia do EI perdeu terreno nesta cidade portuária e sofreu importantes derrotas em vários bairros, informação que não pôde ser confirmada.
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil desde 2011, quando a comunidade internacional contribuiu para a queda do regime ditatorial de Muammar Kadafi.
Dois governos, um considerado rebelde estabelecido em Trípoli, e outro internacionalmente reconhecido com sede em Tobruk, lutam pelo poder apoiados por milícias islamitas e militares do antigo regime.
Nos últimos meses, a filial do EI na Líbia se consolidou em Derna, e avançando na sequência rumo à Sirte, a cerca de 435 quilômetros de Trípoli, cidade que os jihadistas disseram ter dominado completamente na terça-feira.
Os radicais cometeram um atentado também em Misrata, último grande reduto da resistência antes de chegar à capital, e conseguiu vários avanços em Benghazi, segunda cidade mais importante do país e palco de combates entre as forças leais aos dois governos em disputa a mais de um ano.