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Propenso a abalos sísmicos, Japão estima que megaterremoto pode trazer prejuízos de quase 50% do PIB

Se o pior cenário se concretizar, com um tremor de magnitude 9, o Japão pode registrar 1,23 milhão de evacuações, segundo o governo do país

Terremoto no Japão: em 2024, terremoto de 7,1 de magnitude atingiu o país (AFP/AFP Photo)

Terremoto no Japão: em 2024, terremoto de 7,1 de magnitude atingiu o país (AFP/AFP Photo)

Publicado em 1 de abril de 2025 às 10h04.

Um megaterremoto no Japão pode causar danos expressivos para o país, causando a morte de até 300 mil pessoas e um impacto de US$ 1,81 trilhão, segundo estimativas publicadas pelo governo japonês nesta segunda-feira, 31.

A estimativa de danos econômicos, que chega a 270,3 trilhões de ienes, equivale a aproximadamente 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão e representa um aumento considerável em relação à previsão anterior de 214,2 trilhões de ienes. A revisão foi feita considerando a inflação e novos dados sobre o terreno, que ampliaram as áreas de possível alagamento.

O Japão é um dos países mais suscetíveis a terremotos no mundo e, de acordo com o governo, há uma chance de 80% de que um terremoto de magnitude 8 a 9 ocorra ao longo da Fossa de Nankai, uma zona sísmica localizada na costa sudoeste do país.

Se o pior cenário se concretizar, com um tremor de magnitude 9, o Japão pode registrar 1,23 milhão de evacuações, o que representa 1% da população. Caso o terremoto ocorra durante a noite, no inverno, até 298.000 pessoas poderiam morrer devido aos tsunamis e ao colapso de edifícios, segundo o relatório.

O estudo faz parte de um monitoramento contínuo realizado pelo governo japonês, que regularmente avalia os riscos e emite alertas sobre a possibilidade de grandes terremotos, como o esperado na Fossa de Nankai, que tem uma probabilidade de 70% a 80% de ocorrer nos próximos 30 anos.

A Fossa de Nankai é uma falha geológica que se estende por cerca de 900 km ao longo da costa pacífica do Japão, onde a Placa do Mar das Filipinas está sendo empurrada para baixo da Placa Euroasiática. Esse processo tectônico acumulado pode resultar em grandes terremotos a cada 100 a 150 anos.

Em 2020, o Japão emitiu seu primeiro alerta para um megaterremoto, destacando uma maior probabilidade de um tremor de magnitude 9 na região da Fossa de Nankai, especialmente após um terremoto de 7,1 que ocorreu nas proximidades.

O terremoto de magnitude 9 ocorrido em 2011, que gerou um tsunami devastador e o colapso dos reatores nucleares em Fukushima, resultou na morte de mais de 15.000 pessoas, lembrando o Japão da fragilidade de sua infraestrutura diante de tais catástrofes.

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