Strauss-Kahn: promotoria afirma que acusante se contradisse durante investigação (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2011 às 18h30.
Nova York - A promotoria de Manhattan ofereceu detalhes das "mentiras" e "inconsistências" da mulher que acusou o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn de crime sexual e tentativa de violação, o que levou nesta sexta-feira o juiz liberá-lo da prisão domiciliar.
Em um documento enviado na quinta-feira aos advogados de Strauss-Kahn, a promotoria detalha que a mulher mentiu durante a investigação sobre o ocorrido imediatamente após o incidente no hotel Sofitel e reconheceu ter enganado os serviços de imigração para pedir asilo político nos Estados Unidos há sete anos.
Seu advogado, Kenneth Thompson, disse nesta sexta-feira à imprensa que "a vítima decidiu de forma voluntária dizer a verdade sobre como chegou a este país".
Segundo o documento, assinado pelo assistente do promotor Artie McConnell, a denunciante afirmou perante um grande júri que após escapar da suíte de DSK permaneceu no corredor do 28º andar e não denunciou o ocorrido a uma supervisora até que viu o político francês abandonar o quarto e entrar no elevador.
No entanto, dias mais tarde reconheceu em diferentes entrevistas com os investigadores que a sequência dos fatos não foi exatamente assim e detalhou que depois do ocorrido no interior da suíte começou a "limpar outro quarto" antes de denunciar o incidente com Dominique Strauss-Kahn à supervisora.
Por outro lado, segundo a promotoria, a denunciante reconheceu ter mentido sobre as circunstâncias de sua chegada aos EUA em 2004 com um visto "falso", e no pedido de asilo que apresentou esse ano, na qual certificou "sob pena de falso testemunho" que tanto ela como seu marido tinham sido agredidos e ameaçados pelo regime guineano.
Durante a investigação sobre o incidente com o político e economista francês de 62 anos, a mulher admitiu aos promotores que inventou os fatos denunciados no pedido de asilo e explicou, que fez com ajuda de um homem desconhecido que gravou em uma fita o que deveria dizer aos agentes de imigração.
A promotoria de Manhattan revelou também que em outras duas entrevistas diferentes disse que foi vítima de uma "violação" em seu país, em ambos casos "chorando" e dando a sensação de estar "muito afetada" ao relembrar o ocorrido, embora posteriormente admitiu que "nunca aconteceu".
A imigrante guineana reconheceu também ter mentido em suas duas últimas declarações de impostos, nas quais além de sua filha incluiu outro menor para pagar menos imposto, e que enganou também sobre sua renda para poder continuar recebendo ajuda de moradia onde reside no Bronx.