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Promotoria pede prisão perpétua a líderes do Khmer Vermelho

Promotoria do Camboja pediu uma pena de prisão perpétua para os ex-dirigentes do Khmer Vermelho, acusados de crimes contra a humanidade


	Soldados cambojanos: "pedimos prisão perpétua para ambos. Não vemos nenhuma razão para diminuir a pena", disse promotoria
 (AFP)

Soldados cambojanos: "pedimos prisão perpétua para ambos. Não vemos nenhuma razão para diminuir a pena", disse promotoria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 08h24.

Bangcoc - A promotoria do Camboja pediu nesta segunda-feira no tribunal internacional do país uma pena de prisão perpétua para os ex-dirigentes do Khmer Vermelho Khieu Samphan, de 82 anos, e Nuon Chea, de 87, ambos acusados de crimes contra a humanidade.

"Pedimos prisão perpétua para ambos. Não vemos nenhuma razão para diminuir a pena", disse a promotora cambojana Chea Leang.

O pedido concluiu a apresentação das conclusões que a acusação realizou nas últimas três jornadas para fechar a primeira parte de um processo que começou em 2011. A sentença será anunciada no dia 31 de outubro.

Nesta fase se julga a responsabilidade de ambos os líderes na evacuação forçosa de Phnom Penh e deportação da população urbana para campos de trabalho em zonas rurais e na execução de soldados republicanos após a tomada do poder por parte do Khmer Vermelho em 1975.

O ex-chefe de Estado do regime, Khieu Samphan, e o ideólogo e número dois da organização, Nuon Chea, rejeitam as acusações e afirmam que desconheciam os crimes que estavam cometendo.

A promotoria rejeitou este argumento e procurou demonstrar a participação e envolvimento ativa dos dois acusados nas decisões da cúpula do Khmer Vermelho.

"As provas demonstram que Nuon Chea e Khieu Samphan estiveram de acordo em utilizar a violência para eliminar pessoas que consideravam inimigos do partido (Comunista)", disse o promotor internacional Will Smith.

"As provas estabelecem que como membros de uma empresa criminosa conjunta Nuon Chea e Khieu Samphan planejaram todos e cada um dos crimes pelos quais foram acusados", acrescentou Smith.

A partir de amanhã os advogados da defesa farão suas considerações. O tribunal internacional emitiu sua primeira condenação em julho de 2010 contra Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch", que dirigiu um centro de detenção e torturas no qual 16.000 pessoas morreram.

"Duch" foi condenado inicialmente a 35 anos de prisão, mas a sentença foi elevada a prisão perpétua pela sala de apelação do tribunal.

O chefe do Khmer Vermelho, Pol Pot, morreu na selva cambojana em 1998, prisioneiro de seus próprios correligionários.

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