Dominique Strauss-Kahn foi liberado da prisão domiciliar, mas continua sendo acusado de abuso sexual e tentativa de estupro, além de não poder deixar os Estados Unidos (Mario Tama/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2011 às 11h44.
Nova York - A Promotoria de Manhattan e a equipe de advogados do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn preveem manter nesta quarta-feira uma reunião para analisar o futuro do caso, informou o jornal "The New York Times".
Segundo o veículo, promotores e advogados vão tentar determinar se as acusações por abuso sexual e tentativa de estupro contra Strauss Kahn "podem ser resolvidas através do indeferimento do caso ou de um acordo de aceitação de culpabilidade".
Não se descarta a presença na reunião do promotor de Manhattan, Cyrus Vance, que na sexta-feira passada informou ao juiz Michael Obus sobre as últimas descobertas em relação à credibilidade da vítima.
Esse encontro se produzirá 12 dias antes da próxima audiência que Strauss Kahn terá perante a justiça nova-iorquina.
A promotoria já admitiu um revés no caso pela falta de credibilidade da litigante, a imigrante guineana de 32 anos que denunciou que Strauss Kahn teria tentado estuprá-la em um hotel nova-iorquino.
"Não se espera que a promotoria decida nesta quarta-feira se despreza o caso ou oferece um acordo até que se reúnam mais provas", revelou o "The New York Times", que cita fontes oficiais que preferiram se manter no anonimato.
A promotoria anunciou na semana passada que a suposta vítima, uma imigrante guineana, tinha mentido para participar do programa de asilados dos Estados Unidos e também sobre sua declaração fiscal, além de ter admitido que mudou seu relato dos fatos registrados há seis semanas.
Após divulgar essa informação, o juiz liberou o ex-diretor-gerente do FMI da prisão domiciliar, mas manteve as acusações contra abuso sexual e tentativa de estupro contra ele, além de ter retido seu passaporte para evitar que deixe os Estados Unidos.
Strauss-Kahn se declarou inocente e sua equipe de advogados deu a entender na semana passada que não vai aceitar que seu cliente cometeu crime algum a não ser que sejam apresentadas fortes evidências.
O jornal lembra que a partir de agora o escritório do promotor de Manhattan, que recebeu numerosas críticas por sua atuação neste caso, terá que decidir se acredita que tem um caso suficientemente forte para ir a julgamento.
Além disso, afirmou que tanto a promotoria quanto a defesa de Strauss-Kahn preferiram não fazer comentários sobre a reunião que, segundo o jornal, está prevista para esta quarta-feira.