O ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf: ele é acusado no caso do assassinato da ex-primeira ministra Benazir Bhutto (Aamir Qureshi/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2013 às 08h36.
Islamabad - O promotor que liderava a acusação federal contra o ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf no caso do assassinato da ex-primeira ministra Benazir Bhutto morreu baleado nesta sexta-feira em Islamabad, informaram fontes policiais.
Homens desconhecidos abriram fogo contra o veículo no qual Chaudhry Zulfiqar viajava ao Tribunal Antiterrorista de Rawalpindi, perto de Islamabad, onde apresentaria um relatório após alguns dias de recesso.
"Dois ou três homens esperavam na calçada e dispararam contra o veículo quando Zulfiqar freou para uma mudança de faixa", detalhou à Agência Efe um funcionário de uma delegacia próxima, Arshad Ali, que explicou que o ataque causou a morte acidental de outra pessoa.
"O tiroteio provocou um acidente de trânsito no qual morreu o motorista de outro carro", precisou Ali, após reconhecer que os agressores conseguiram escapar.
O presidente do país e viúvo de Benazir Bhutto, Asif Ali Zardari, condenou o assassinato mediante uma mensagem enviada à imprensa, e pediu "uma investigação meticulosa" para definir os culpados e levá-los à Justiça.
Zulfiqar era um dos membros da Agência Federal de Investigação (FIA, em inglês), que nos últimos dias interrogou Musahrraf sobre o assassinato de Bhutto.
Musharraf, que está em prisão domiciliar devido a várias causas abertas contra ele, enfrenta a acusação de ter negado a Bhutto a proteção adequada e ignorar deliberadamente as ameaças contra ela. Como consequência, a ex-primeira-ministra foi alvo de um ataque que a matou.
O ex-chefe do Exército também foi interrogado pela FIA em relação à negligência dos policiais que limparam a cena do crime contra Bhutto nas horas posteriores ao atentado, o que dificultou a investigação sobre o caso.
Bhuto morreu em 27 de dezembro de 2007, junto a outras 24 pessoas, no ataque de um terrorista suicida de 15 anos que detonou uma bomba após um comício em Rawalpindi.
Além desse caso, o advogado assassinado era o encarregado de investigar a organização dos atentados que em novembro de 2008 mataram 166 pessoas na cidade indiana de Mumbai.