Ponte em Gênova, Itália, desabou no último dia 14 e deixou 43 mortos (Stefano Rellandini/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de agosto de 2018 às 12h18.
Última atualização em 20 de agosto de 2018 às 12h20.
Roma - O engenheiro Riccardo Morandi, projetista do viaduto que desabou em Gênova no dia 14 de agosto, advertiu em 1979 que a ponte necessitava de manutenção constante pela corrosão à qual estava exposta como consequência do ar vindo do mar e da poluição.
Morandi realizou então um relatório, que foi publicado pelo jornal "La Verità", no qual chamava a atenção sobre a corrosão à qual a obra estava exposta.
"Tarde ou cedo, e talvez dentro de alguns anos, será necessário recorrer a um tratamento para eliminar qualquer rastro de óxido nos reforços mais expostos, para depois cobrir tudo com elastômeros de altíssima resistência química", advertia então.
Morandi afirmou que a estrutura tinha sido construída em concreto sólido, mas que sofria uma degradação rápida como consequência da "alta salinidade" procedente dos ventos do mar, situado a só dois quilômetros de distância.
Este ar, misturado com os fumaças das chaminés das fábricas industriais adjacentes, gerava uma deterioração dos materiais e uma "perda de resistência" que era preciso levar em conta.
"As superfícies externas das estruturas, mas especialmente as expostas ao mar e portanto mais diretamente atacadas pelos vapores ácidos das chaminés, começam a mostrar fenômenos de agressão de origem química", comentava Morandi em seu relatório, segundo as mesmas informações.
Finalmente, o engenheiro concluía insistindo na necessidade de proteger "a superfície de concreto, para aumentar sua resistência química e mecânica à abrasão" e sugeria usar "resinas e elastômeros sintéticos" para proteger esta ponte, que foi inaugurada em 1967.