Emmanuel Macron e Marine Le Pen protagonizaram um tenso debate de três horas na quarta-feira. (AFP/AFP)
Da redação, com agências
Publicado em 24 de abril de 2022 às 15h20.
Última atualização em 24 de abril de 2022 às 15h48.
As primeiras projeções divulgadas na tarde (noite na França) deste domingo, 24, indicam que o presidente francês Emmanuel Macron será reeleito no segundo turno em que disputa com a candidata da extrema direita, Marine Le Pen. Os principais institutos apontam que ele terá 58% dos votos, e a oponente aproximadamente 42%.
Caso as projeções se confirmem, Macron será o primeiro presidente reeleito na França desde Jacques Chirac (1995-2007).
As assembleias de voto na França abriram suas portas às 08h00 (03h00 de Brasília) e a participação era de 63,23% às 17h (12h de Brasília) - quase dois pontos a menos que em 2017 na mesma hora, segundo o Ministério do Interior. Quase 49 milhões de franceses são chamados a votar. A votação se encerrou às 20h (15h de Brasília).
"Obrigado por estarem aqui novamente", disse Emmanuel Macron aos mesários após votar na cidade costeira de Le Touquet (norte). Marine Le Pen já havia votado mais cedo em seu reduto de Hénin-Beaumont, também no norte do país.
De acordo com as últimas pesquisas divulgadas na sexta-feira, 22, o candidato do A República em Marcha (LREM), de 44 anos, venceria sua rival do Reagrupamento Nacional (RN), de 53 anos, com uma vantagem menor do que em 2017, quando foi proclamado presidente com 66,1% dos votos.
Cinco anos depois, a França não é o mesmo país: protestos sociais marcaram a primeira metade do mandato de Macron, uma pandemia global confinou milhões de pessoas e a invasão russa da Ucrânia abalou todo o continente europeu.
A guerra às portas da União Europeia (UE) marcou a campanha eleitoral, embora a principal preocupação dos franceses seja o seu poder de compra, num contexto de aumento dos preços da energia e dos alimentos.
Além de escolher entre dois modelos de sociedade, os eleitores ttinham nas mãos a escolha do lugar no mundo que querem para essa potência econômica e nuclear até 2027, decisão que poderia envolver mudanças nas alianças caso Le Pen vença.
A herdeira da Frente Nacional propõe inscrever na Constituição a "prioridade nacional", a fim de excluir os estrangeiros dos auxílios sociais, e defendeu o abandono do comando integrado da OTAN e a redução dos poderes da UE.
Em contrapartida, Macron defendeu uma Europa mais forte, seja em questões econômicas, sociais ou de defesa, e espera dar um novo impulso reformista e liberal, com sua proposta emblemática de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos, que em 2020 já gerou protestos em massa.
Os primeiros-ministros social-democratas da Alemanha, Espanha e Portugal, bem como o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, manifestaram seu apoio a Macron durante a campanha.
(Com AFP)