Armas entregues à polícia de Los Angeles: massacre de Newtown reacendeu um debate nacional sobre segurança armada (David McNew/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2012 às 09h16.
Última atualização em 6 de novembro de 2018 às 16h49.
Kasey Hansen, uma professora de educação especial de Salt Lake City, no Estado norte-americano de Utah, disse que levaria um tiro por qualquer um de seus alunos, mas, se estivesse diante de um homem armado ameaçando sua classe, ela preferiria ser capaz de reagir atirando.
Na quinta-feira, ela era um dos 200 professores de Utah que se reuniram em uma arena de esportes para receber instrução sobre o manuseio de armas de fogo, dada por ativistas pró-armas, segundo os quais os educadores armados poderiam ter uma chance de impedir tiroteios fatais e indiscriminados nas escolas.
O evento foi organizado pelo Conselho do Tiro Esportivo de Utah, em resposta aos disparos de um atirador em Newtown, no Estado de Connecticut, este mês, que mataram 20 crianças e seis funcionários da escola Sandy Hook.
O conselho diz que normalmente atrai cerca de 16 professores a cada ano para os seus cursos de formação para armas que o cidadão tem direito de portar em público. Mas o evento de quinta-feira perto de Salt Lake City, organizado especialmente para os educadores após o massacre de Newtown, atraiu o interesse de centenas de pessoas, e a classe foi restrita a 200 por causa de limitações de espaço.
"Sinto que eu levaria um tiro por qualquer aluno no distrito escolar", afirmou Kasey, professora de educação especial em uma escola de um distrito de Salt Lake City, que falou à Reuters após a sessão de treinamento.
"Se nós um dia tivermos de enfrentar um atirador como o de Connecticut, estarei totalmente preparada para responder com a minha arma", disse ela, acrescentando que planeja comprar uma arma em breve e levá-la para o trabalho.
O massacre de Newtown reacendeu um debate nacional sobre segurança armada. O presidente Barack Obama indicou que dará apoio ao restabelecimento de uma proibição nacional de armas como fuzis e instou o Congresso a agir. A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) defendeu a colocação de guardas armados nas escolas e rejeita novas medidas de controle de armas.
A Associação Nacional de Educação e algumas autoridades do setor escolar criticaram a atitude da NRA, mas a entidade recebeu uma recepção calorosa em algumas partes do oeste dos EUA, onde a caça e as armas predominam.
Utah é um dos poucos Estados que permitem que pessoas com porte de arma a carreguem em instalações escolares, segundo a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais.
No Arizona, o procurador-geral Tom Horne entrou na quarta-feira no debate sobre a segurança escolar ao propor permissão para qualquer escola treinar e armar seu diretor ou outro membro da equipe. O plano, apoiado por pelo menos três magistrados, exigiria a aprovação pelo Legislativo e o governador republicano do Estado, Jan Brewer.